Wednesday, February 13, 2008

SEM DESCULPAS

ESSA SEMANA RECEBI UM EMAIL DE UMA AMIGA COM UMA MENSAGEM IMPACTANTE. ENTENDI QUE NÃO TEMOS DESCULPAS PARA DEIXAR DE VIVER, AMAR, AJUDAR OS OUTROS, E ESPECIALMENTE PARA DEIXAR DE RECONHECER DEUS E SEUS IMENSO AMOR E CUIDADO POR CADA UM DE NÓS. INCLUSIVE AO NICK QUE APROVEITA A VIDA MELHOR DO QUE MUITA GENTE....

VEJA.
http://javiersdv.multiply.com/video/item/13

Monday, February 11, 2008

CUIDADO, CUIDADO!!!



É interressante se não for proposital, que o primeiro evangelho, Mateus, traz como o primeiro mandato de Jesus a ordem: “arrependei-vos”. Palavra esquecida em nossos dias. Palavra sem significado para muitos. Indefinida para outros. Palavra que precisa ser restaurada em nosso meio, evangélico, e não só neste, mas se é aqui que labutamos, que comecemos por aqui. Palavra que significa: a volta completa do homem completo para Deus. O resgate da palavra, seu conteúdo e acima de tudo seu efeito sobre nós é urgente e necessário.

O ser humano desde a queda e mesmo antes dela, tem a mania da independência, da autonomia. Se não fosse assim, não teriam pecado. Temos a desgraçada tendência ao desejo de ser como Deus, mesmo sabendo de antemão que nosso reinado seria uma catástrofe. E em nossa sociedade o apelo para sermos deus é maior ainda. Existe uma voz inaudível, frases ilegíveis e uma atração imperceptível, porém sendo a voz, as frases e a atração muito reais, tentando nos seduzir o tempo todo para pensarmos, imaginarmos e agirmos de conformidade com o príncipe deste século. Há uma mágica no ar tentando nos tragar. O desafio de temermos a Deus a cada dia é muito maior e mais intenso do que podemos suportar, é preciso uma ação sobrenatural, do Espírito Santo, para mantermos na caminhada sem sermos iludidos. A Bíblia diz mesmo, que nos últimos dias se o Senhor não tivesse abreviado os tempos ninguém se salvaria (Mc 13.20).

Agora minha maior dor e temor não são pelo mundo, ou diríamos pela sociedade. Esta tem claramente definido que não quer compromisso com Deus, não está nem aí para a Palavra e seus princípios. A questão é com aqueles que se denominam povo de Deus. Quando percebo que estes amam mais a felicidade do que a fidelidade. Mais a benção do que o Senhor das bênçãos. Mais a paz do que a verdade. Mais a grana na mão do que a fé no coração, que leva a confiar que Deus sempre dará o necessário. Mais a glória do mundo, do que a glória de Deus, apesar de se falar desta constantemente. Amam mais a luxúria do que as pessoas. Mais os homens do que Deus. Mais o marketing do que a evangelização pessoal. Mais as estratégias humanas que os princípios da Palavra. Então percebo o quão equivocado estamos no nosso blá-blá-blá.

Veja bem, apesar de anticristão, ainda é fácil traçarmos esse perfil olhando para a casa do vizinho, para a denominação que não a nossa, para o ministério do outro lado do bairro, mas o ataque cardíaco se instala quando se percebe estes traços no amigo, no colega de ministério, no cônjuge, nos companheiros íntimos de caminhada. Aí, nesse ponto, a vontade é de se deitar ao chão e chorar até perder todo líquido do corpo. Isso por que, não existe nada mais incoerente do que chamarmos Jesus de Senhor e Salvador e usá-lo, ou achar que assim fazemos, para nossas próprias bestialidades. Como verdadeiramente afirmou alguém honesto o suficiente para entender e apesar disso ter a coragem de rejeitar conscientemente o cristianismo: “o povo não gosta de Deus, gosta de religião”, Nietzsche.

Enfim, concluo que falta no meio do povo de Deus, Temor a Deus. Falta medo de Deus, isso mesmo, medo do Todo-Poderoso - O Senhor dos Exércitos. É necessário reavivarmos em nossa memória diariamente que um dia todos nós vamos comparecer perante o santo, justo e perfeito tribunal de Deus. E ali não importará o que pensam os homens. Não interessa o tamanho do tão propalado “ministério”. O quanto de livro se escreveu e vendeu, ou, quantas pregações se realizaram nos meios de comunicação. Ali não haverá meio de se fugir nem fingir, muito menos abafar os casos. Quem dirá comprar o juiz.
Naquele momento nossos atos serão mostrados e mesmo que eles sejam atos bondosos em si, se a motivação não foi verdadeiramente a glória de Deus, serão como absorventes depois de usados por mulheres menstruadas. É preciso ponderar para que não sejamos como a jumenta de Balaão, que apesar de usada por Deus, não tem parte no seu reino (Nm 22.28).

Vivemos numa época em que as pessoas acham que por pronunciarem palavras como: “Deus”, “benção”, “paz do Senhor”, “sou evangélico”, está tudo bem. Cuidado. Jesus disse aos religiosos de sua época por não se arrependerem “meretrizes e publicanos vos precedem no Reino dos Céus” (Mt 21.31,32).
Achamos que se participarmos da campanha tal, se tivermos nosso nome registrado na membresia de alguma igreja, se formos ovelhas do pastor, bispo ou apóstolo “do poder”, se em nosso DNA estivermos ligados aos reformadores, se conhecemos uma doutrina a fundo, mesmo que não a vivamos, enfim, achamos que estaremos livres de tudo e de todos e até de Deus. Não. Não. Não.

Todos esses elementos não levam a absolutamente nada, se não for baseado nos pressupostos e motivações corretas diante de Deus. Assim como o povo de Israel foi derrotado inúmeras vezes por não temer o Deus da Aliança, mesmo tendo a Arca da Aliança em sua terra. Assim também, nosso povo está tremendamente enganado por achar que usando o nome de Deus e suas coisas estarão livres das noites frias da vida e acima de tudo do julgamento final. Cuidado!!!

Enfim, que Deus tenha misericórdia de nós e nos faça mais arrependidos e menos arrogantes. Na certeza de que: “para os filhos dos homens que nEle confiam, a Sua misericórdia sempre triunfará sobre a justiça”, A. W. Tozer.

este artigo será publicado no site guiame
http://www.guiame.com.br/m5.asp?cod_pagina=1526&sts=2

O filtro e laboratório da vida privada e social I

Nada pode parar um homem com atitude mental correta de alcançar seu alvo; nada na terra pode ajudar o homem com atitude mental errada. Thomas Jefferson

Tenho pensa do nos problemas que afligem nossa geração. Aqueles que têm ceifado de forma devastadora, porém paulatina e lentamente inúmeras vidas dos mais diferentes níveis sociais, econômicos e espirituais e das mais diferentes formas possíveis.
Analisando da perspectiva humana, dentre tantas questões que poderíamos levantar percebo que, a raiz do problema está na ausência do uso da razão. Pensadores exímios já escreveram sobre o tema. Francis Schaeffer intitulou seu livro como: “A morte da razão”; John Stott: “crer é também pensar”, Gordon Macdonald trata da questão em um capítulo do livro: “ponha em ordem seu mundo interior”, para citar somente três deles. E o problema atual reside aqui. Ele atinge a mente, que é exatamente o filtro e ao mesmo tempo o laboratório por onde passam e de onde surgem as melhores idéias que conduzirão nossa vida, privada e social, ou os piores pensamentos que esmagarão sonhos e histórias, assim como as enormes e pesadas pedras de moinho trituram o pobre grão de milho.
De fato, a arte de pensar está morta ou envenenada, ou ainda entorpecida e no mínimo, bastante distorcida. Afinal ela não precisa estar morta, se somente tiver uma pequeno desvio em seu princípio, a semelhança de um lançamento de um foguete, terá seu trágico resultado ao chegar, e se chegar, no destino. E nesse quesito sofrem de forma mais intensa a juventude que nasceu numa era tresloucada. E se nossa geração não aprender a ler bons livros, conversar com pessoas inteligentes, refletir sobre a vida ou viajar para conhecer outras culturas e povos, não terão capacidade de ponderar sobre nossa realidade. E sem diagnóstico não há tratamento correto.
Assim, tento levantar alguns pontos para começarmos a pensar nos fatores que trouxeram-nos até aqui e nos faz permanecer onde estamos:
1o O misticismo característico de nossa era. É simples de se ver. Passe em qualquer livraria e perceba a quantidade de livros, revistas e objetos dedicados ao misticismo: anjos, gnomos, amuletos, dicas de astrólogos, entre outros. Para efeito de análise, perceba também no âmbito mundial que foram nos países protestantes, onde se condenava tal misticismo, e não nas terras não cristãs onde mais a mente (ciência como tal) se desenvolveu. A Europa em oposição ao Egito, Índia e América do norte em oposição ao Iraque, Afeganistão, china, etc. A lógica permanece: porque raciocinar se o mundo está enfeitiçado ou no mínimo determinado por tais deuses? Se a lua controla e dita meu destino?
2o A pornografia. A sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento, diz-nos a Bíblia (Os 4.11). As bancas de jornal, juntamente com as locadoras de filmes e ainda algumas entradas de cinema, via de regra, são verdadeiros prostíbulos virtuais colocados e esparramados como uma praga por todos os cantos de nossa cidade. Em São Paulo, por exemplo, ao usar um orelhão, você tem inúmeras opções de telefones expostos em etiquetas para contatar tanto homens como mulheres se oferecendo para a prostituição. Sem contar ainda que vivemos no país mais sensual do planeta, até nas igrejas, as vezes é complicado para as pessoas se concentrarem em Deus na adoração, visto que os “adoradores” se vestem para atraírem a atenção a si. Seria impossível imaginar tais situação num país muçulmano. Como pensar e agir sensatamente se tudo me leva conduz a sensualidade extrema que mata meu raciocínio?
3o A televisão. Esta juntamente com seus adereços: DVD, Vídeo Game, matam a imaginação e suga a racionalidade, além, de ditar padrões absurdos, formar valores, distorcer raciocínios e a anular a possibilidade de manter a atenção concentrada por mais que alguns poucos minutos. Uma coisa é ouvir uma música e imaginar situações e lugares a partir da letra e melodia, outra bem diferente e ouvir a mesma música depois de assistir o clipe, ou seja, você se lembrará do que viu. Onde está a criatividade? A imaginação? E se falarmos dos jogos que na maioria das vezes tratam de morte, violência, luta, guerras? E as novelas que induzem seus seguidores virtuais a torcerem pelo pilantra, pela vadia, pela traição, desde que seja o personagem principal? A maior arma do diabo é não deixar que pensemos por nos mesmos iluminados pelo Espírito Santo.
4o A quantidade de informações superficiais e inúteis. A maior dificuldade hoje não é necessariamente levar o povo a ler, as pesquisas dizem que os brasileiros estão lendo mais, a dificuldade, é conduzi-los a boas leituras. A. W. Tozer recomenda: “não procure saber coisas que não lhe sejam úteis”. Engraçado as revistas que mais vendem são as de fuxico. Eu não entendo. Qual a utilidade de saber da vida dos artistas e “famosos”? Que proveito terei em saber quem está com quem? Qual tipo de casa mora ou que roupa veste? Quem irá para o paredão do BBB? Querido, por amor a Deus e a você mesmo, cuide de seu tempo com leituras mais preciosas, a vida é curta para viver na insensatez e longa o suficiente para vivê-la sabiamente. Tozer, continua a nos instruir: “leia menos, mas leia mais daquilo que é importante para a sua vida interior. Jamais permita que a sua mente fique dispersa por muito tempo. Chame para casa os pensamentos errantes.”
5o A pregação da igreja virtual. Vida de regra esta apresenta um Deus de magia e não de milagres. Com um culto antropocêntrico ao invés de cristocentrico. Um Deus preocupado com unhas encravadas e não com os grandes problemas da humanidade. Um Deus que veio para nos deixar satisfeitos, se é que é possível e para dar tudo o que queremos. Um Deus que não exige submissão, muito menos adoração. Uma religião de templo que não permeia a fábrica, escola e o lar. Uma religião do corpo e do aqui e agora e não da interioridade e do Novo céu e nova terra. Um Deus sem ira. Com disse Richard Niebuhr: “um Deus sem ira trouxe homens sem pecado a um reino sem juízo, por meio das ministrações de um Cristo sem cruz”.
Poderíamos pensar em outros aspectos como: a música, os lares destroçados, professores desestimulados, as amizades complicadas e outros fatores que nos afastam de uma racionalidade sadia, mas deixemos para um próximo artigo. Até aqui o que pretendemos é que no mínimo o diagnóstico nos leva a perceber o quanto estamos engendrados num sistema terrível que nos conduz a morte da razão. Lutemos arduamente para sair desse cemitério que já cheira a mal. Como brada o profeta inspirado pelo Espírito: “Desperta, o tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará” (Ef 5.14).

Este artigo será publicado no Site Guiame.
http://www.guiame.com.br/m5.asp?cod_pagina=1526&sts=2

Friday, February 01, 2008

ADULTOLESCECIA



Nas paginas amarelas da Revista Veja, de 23/01/2008, há uma entrevista com João Guilherme Estrella, protogonista do livro “Meu nome não é Johnny”. Livro que virou filme. Comentando sua vida, Estrella, que era usuário e traficante de drogas diz que só começou a preocupar com sua situação aos 28 anos. Então o Jornalista pergunta: o que exatamente o atraía [nessa vida]? “... O principal deles, pela minha experiência, é que elas [as drogas] representam à extensão da adolescência”.
Dias atrás recebi um e-mail interessante que tratava de um fenômeno existente já algum tempo em nosso meio, porém pouco percebido. O fenômeno é denominado Adultolescencia. Termo cunhado por Christian Smith, professor de sociologia de Notre Dame. Para Smith a Adultolescencia é a postergação da adolescência, ou a adolescência estendida. O atraso da maturidade que tem avançado até aproximadamente a faixa dos 30 anos de idade. Acontece quando a pessoa é um adulto na idade, mas ainda adolescente na vivência e especialmente na ausência dos compromissos básicos da vivencia de um adulto. O relato acima exemplifica a adultolescencia.
Agora, o que tem levado ao atraso da maturidade? Segundo Smith, há pelo menos 4 fatores. O primeiro é a crescente busca de educação e consequentemente um maior tempo da vida sendo gasto nos estudos o que dificulta o engajamento em outros compromissos. O segundo, o atraso nos casamentos, produto das ultimas décadas. Na América do norte, a título de exemplo, entre 1950 e 2000 a média de idade dos casamentos para mulher subiu de 20 para 25 anos. Para o homem durante o mesmo tempo subiu de 22 para 27. O mais agudo aumento de ambos se deu depois de 1970. Meio século atrás o sonho era: fazer segundo grau, casar, estabelecer-se, ter filhos e iniciar a carreira á longo prazo.
O terceiro fator, que retarda a maturidade é a transformação na economia global e a instabilidade na carreira profissional. A maioria dos jovens sabe que necessitam de uma gama quase infinita de ferramentas para serem colocados no mercado de trabalho. E ainda assim, não tem a certeza de que permanecerão nele. E por último e como decorrência destes, o financiamento feito pelos pais aos filhos já adultos ou adultolescentes.
Para o teólogo John Piper, esse quadro da adultolescencia que se dá na faixa entre 18 e 30 anos produz pelo menos: a exploração da identidade, instabilidade, ensimesmamento, prisão no indefinido e também senso de possibilidades, oportunidades e esperança sem igual.
A minha questão é: o que podemos fazer para sair desse quadro de retardamento da maturidade e consequentemente adiamento em assumir compromissos?
1. Busque-entregue-se ao Eterno (Mt 6.33; Sl 37.5). Deus é o mais interessado em nosso desenvolvimento pleno. Buscá-lo e ou entregar-se a Ele tem a ver com posicionamento, não necessariamente com realizações. Com fé mais do que com obras, com redirecionamento mais que ativismo. Enfim, a entrega completa a Deus é a sintonia que mantemos com Ele em tudo o que fazemos. Depois de nos voltarmos a Ele o objetivo das ações diárias é Sua glória e o bem do próximo. Isso é sinônimo de maturidade, buscar acima de tudo a glória de Deus, e está direcionará as demais ações da existência;
2. Comprometa-se com seus parceiros (as). A capacidade de comprometer-se já significa maturidade ou no mínimo o primeiro degrau dessa grande escada. Amar e comprometer-se são sinônimos. Assim, comprometa-se com seus parceiros de Fé. Viva intensamente seus relacionamentos fraternais em Cristo. Ame e envolva em sua igreja. Comprometa-se com seus parceiros de trabalho. Seja amigo verdadeiro, se não forem cristãos, melhor ainda, através da amizade sincera, baseada nos princípios da Palavra, você poderá ser um forte testemunho a eles. Comprometa-se emocionalmente com alguém. Não fique esperando a pessoa perfeita, até porque se encontrar você pode estragá-la, contudo, ao perceber a pessoa do sexo oposto (de agora em diante, vamos ter que ressaltar isso), com princípios cristãos e um possível cônjuge no futuro e ainda havendo correspondência nos sentimentos, comprometa-se no mínimo a gastar mais tempo para conhecê-lo (a).
3. Desenvolva a interdependência familiar. Interdependência significa: nem dependência, nem independência, mas ter a capacidade de ser independente e optar por uma dependência madura. O atraso da maturidade ocorre pela dependência ou independência exagerada. Existem jovens tão imaturos que, estando morando longe de casa, ligam para seus pais, objetivando perguntar-lhes sobre o que fazer, visto que a unha do pé quebrou. Outros, por outro lado, não vêem a hora de sair de casa para viverem totalmente sozinhos e independentemente irresponsáveis. Os dois posicionamentos estão agindo e reagindo como crianças. O equilíbrio está em buscar a independência o quanto antes possível, no aspecto econômico, emocional, e organizacional e manter a interdependência afetiva, ou seja, o carinho, respeito e contato. No caso das situações parecerem impossíveis de se resolver, então, o mesmo deve buscar um apóio mais intenso de familiares, amigos e líderes religiosos sérios.
Finalizando, pelas situações que nosso mundo enfrenta, na adultolescencia talvez seja difícil não entrar, mas é impossível nela ficar e ser saudável, e ainda, é bem possível dela sair.

Heliel Carvalho

Não sois máquinas, homens é ....



Experimentamos hoje as maiores transformações ocorridas em toda história no menor espaço de tempo possível. Basta olharmos para os meios de comunicação. A 50 anos atrás seria impossível falar com alguém em outra parte do mundo em tempo real e de qualquer lugar. Hoje isso é possível através do celular. O que dizer então de termos imagem e áudio nas comunicações? Os satélites proporcionaram isso. E a alimentação? Hoje não existe mais a idéia de saborearmos algumas frutas somente em determinada época do ano. Você pode comer praticamente qualquer fruta em qualquer época do ano em qualquer lugar do planeta que tenha condições econômicas para isso.
Percebemos em nosso mundo, mudanças que trazem benefícios maravilhosos e problemas terríveis. Dentre os problemas, um dos que considero pior é a despersonificação do ser humano. Este se dá pelo esfriamento do amor e conseqüente ausência de relacionamentos. Primeiro com o criador fonte de todo amor e segundo com o ser humano local onde se evidencia o verdadeiro amor recebido de Deus. Pois se alguém diz que ama a Deus a quem não vê e não ama a seu irmão que está do lado, como pode amar a Deus?
Se o planeta terra é o palco onde expressamos o amor de Deus à raça humana e o meio são os relacionamentos, então estamos em problemas, visto que, a cada dia temos um número maior de pessoas aglutinadas em pequenos espaços com grandes possibilidades e mais isolados e solitários nos sentimos. E a tecnologia criada para ajudar a manter contatos com pessoas a distância e com baixo custo, tem se tornado um inimigo daqueles que vivem próximos. E ao invés de disponibilizarem mais tempo para relacionamentos, tais pessoas tem vivido enclausurada em frente ao amigo despersonalizado e inseparável - o PC - o Computador pessoal.
Analise por exemplo os programas de bate-papo: Messenger, Skype, Voip e chats, dentre outros. Ao relacionarmos com outras pessoas a partir destes, em primeiro lugar não estamos de corpo presente. O olho no olho, o toque tão mágico, ou melhor, tão milagroso, o cheiro, a expressão facial e corporal que se torna o intérprete e dão significado real as palavras. Segundo, não temos a atenção dispensada exclusivamente a quem você se dirige. Isso pode acontecer também numa conversa entre duas ou mais pessoas sem os intermediários, computador, telefone, entre outros, contudo é muito mais difícil não estar presente neste ambiente pessoal.
Em terceiro lugar, normalmente enquanto você tecla com alguém, realiza duas, três ou mais atividades ao mesmo tempo, a não ser que você conscientemente se disponibilize somente para o bate-papo. Existe maior falta de respeito para com quem fala? E as inúmeras vezes que as falhas no meio (PC, internet, energia) interrompem a conversa e ficamos sem saber se a pessoa nos deixou na mão, ou se foi uma falha rotineira. Seria complicadíssimo e quase impossível tal situação acontecer num relacionamento de corpo presente.
Gostaria então de dar dicas aos “independentes”, aos filhos e aos pais. Aos “independentes”, aqueles que estudam ou trabalham fora e por isso vivem sozinhos diria a vocês que devem estar atentos e mui responsavelmente pensar sobre tais questões para não virarem máquina, cheio de impessoalidade, sentimentos confusos e depressivos, ausência de compaixão e posteriormente com dificuldade nos relacionamentos da vida profissional, familiar, eclesiástica e amorosa, especialmente. Sabemos que hoje as empresas demitem mais funcionários por inabilidade relacional do que por incapacidade profissional.
Aos filhos. Vocês que têm pais ou amigos que os ajudam a não ficarem viciados em tais meios, precisam vê-los como parceiros e não como podadores de prazeres, para que vocês não pareçam um zumbi, conectado com o mundo, mas desconectado da vida.
E aqueles que responsavelmente cuidam de filhos, sobrinhos, parentes e afins precisam ver os benefícios e malefícios que a tecnologia traz. Assim sendo, saberão o limite do uso do computador e ou mesmo dos videogames, que os considero mais maléficos ainda, se não usado dentro dos conformes.
As gangues, grupos e tribus que hoje se formam e saem em busca de relacionamentos, mesmo que com motivações e pressupostos totalmente deturpados são, creio eu, uma reação aos relacionamentos vazios, despersonificados e robotizados de nossos dias. Com dizia Paulo Freire, estamos vivendo a coisificação do ser humano.
Precisamos nos cuidar. É necessários termos limites, tomar uma decisão radical de optarmos pelo coerente, pela vida em comunidade, apesar de todos dificuldades que esta carrega, contudo nenhuma dificuldade inerente a esta é pior que o isolamento e despersonalização da outra.
Não sois máquinas, homens é que sois. Nos advertia chaplim e o grito ainda vale para hoje.

postado no site Guiame:
http://www.guiame.com.br/m5.asp?cod_pagina=1526&sts