Monday, February 11, 2008

CUIDADO, CUIDADO!!!



É interressante se não for proposital, que o primeiro evangelho, Mateus, traz como o primeiro mandato de Jesus a ordem: “arrependei-vos”. Palavra esquecida em nossos dias. Palavra sem significado para muitos. Indefinida para outros. Palavra que precisa ser restaurada em nosso meio, evangélico, e não só neste, mas se é aqui que labutamos, que comecemos por aqui. Palavra que significa: a volta completa do homem completo para Deus. O resgate da palavra, seu conteúdo e acima de tudo seu efeito sobre nós é urgente e necessário.

O ser humano desde a queda e mesmo antes dela, tem a mania da independência, da autonomia. Se não fosse assim, não teriam pecado. Temos a desgraçada tendência ao desejo de ser como Deus, mesmo sabendo de antemão que nosso reinado seria uma catástrofe. E em nossa sociedade o apelo para sermos deus é maior ainda. Existe uma voz inaudível, frases ilegíveis e uma atração imperceptível, porém sendo a voz, as frases e a atração muito reais, tentando nos seduzir o tempo todo para pensarmos, imaginarmos e agirmos de conformidade com o príncipe deste século. Há uma mágica no ar tentando nos tragar. O desafio de temermos a Deus a cada dia é muito maior e mais intenso do que podemos suportar, é preciso uma ação sobrenatural, do Espírito Santo, para mantermos na caminhada sem sermos iludidos. A Bíblia diz mesmo, que nos últimos dias se o Senhor não tivesse abreviado os tempos ninguém se salvaria (Mc 13.20).

Agora minha maior dor e temor não são pelo mundo, ou diríamos pela sociedade. Esta tem claramente definido que não quer compromisso com Deus, não está nem aí para a Palavra e seus princípios. A questão é com aqueles que se denominam povo de Deus. Quando percebo que estes amam mais a felicidade do que a fidelidade. Mais a benção do que o Senhor das bênçãos. Mais a paz do que a verdade. Mais a grana na mão do que a fé no coração, que leva a confiar que Deus sempre dará o necessário. Mais a glória do mundo, do que a glória de Deus, apesar de se falar desta constantemente. Amam mais a luxúria do que as pessoas. Mais os homens do que Deus. Mais o marketing do que a evangelização pessoal. Mais as estratégias humanas que os princípios da Palavra. Então percebo o quão equivocado estamos no nosso blá-blá-blá.

Veja bem, apesar de anticristão, ainda é fácil traçarmos esse perfil olhando para a casa do vizinho, para a denominação que não a nossa, para o ministério do outro lado do bairro, mas o ataque cardíaco se instala quando se percebe estes traços no amigo, no colega de ministério, no cônjuge, nos companheiros íntimos de caminhada. Aí, nesse ponto, a vontade é de se deitar ao chão e chorar até perder todo líquido do corpo. Isso por que, não existe nada mais incoerente do que chamarmos Jesus de Senhor e Salvador e usá-lo, ou achar que assim fazemos, para nossas próprias bestialidades. Como verdadeiramente afirmou alguém honesto o suficiente para entender e apesar disso ter a coragem de rejeitar conscientemente o cristianismo: “o povo não gosta de Deus, gosta de religião”, Nietzsche.

Enfim, concluo que falta no meio do povo de Deus, Temor a Deus. Falta medo de Deus, isso mesmo, medo do Todo-Poderoso - O Senhor dos Exércitos. É necessário reavivarmos em nossa memória diariamente que um dia todos nós vamos comparecer perante o santo, justo e perfeito tribunal de Deus. E ali não importará o que pensam os homens. Não interessa o tamanho do tão propalado “ministério”. O quanto de livro se escreveu e vendeu, ou, quantas pregações se realizaram nos meios de comunicação. Ali não haverá meio de se fugir nem fingir, muito menos abafar os casos. Quem dirá comprar o juiz.
Naquele momento nossos atos serão mostrados e mesmo que eles sejam atos bondosos em si, se a motivação não foi verdadeiramente a glória de Deus, serão como absorventes depois de usados por mulheres menstruadas. É preciso ponderar para que não sejamos como a jumenta de Balaão, que apesar de usada por Deus, não tem parte no seu reino (Nm 22.28).

Vivemos numa época em que as pessoas acham que por pronunciarem palavras como: “Deus”, “benção”, “paz do Senhor”, “sou evangélico”, está tudo bem. Cuidado. Jesus disse aos religiosos de sua época por não se arrependerem “meretrizes e publicanos vos precedem no Reino dos Céus” (Mt 21.31,32).
Achamos que se participarmos da campanha tal, se tivermos nosso nome registrado na membresia de alguma igreja, se formos ovelhas do pastor, bispo ou apóstolo “do poder”, se em nosso DNA estivermos ligados aos reformadores, se conhecemos uma doutrina a fundo, mesmo que não a vivamos, enfim, achamos que estaremos livres de tudo e de todos e até de Deus. Não. Não. Não.

Todos esses elementos não levam a absolutamente nada, se não for baseado nos pressupostos e motivações corretas diante de Deus. Assim como o povo de Israel foi derrotado inúmeras vezes por não temer o Deus da Aliança, mesmo tendo a Arca da Aliança em sua terra. Assim também, nosso povo está tremendamente enganado por achar que usando o nome de Deus e suas coisas estarão livres das noites frias da vida e acima de tudo do julgamento final. Cuidado!!!

Enfim, que Deus tenha misericórdia de nós e nos faça mais arrependidos e menos arrogantes. Na certeza de que: “para os filhos dos homens que nEle confiam, a Sua misericórdia sempre triunfará sobre a justiça”, A. W. Tozer.

este artigo será publicado no site guiame
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