Tuesday, August 06, 2013

Globalização e tecnologia

Capelania Institucional da Associação Educativa Evangélica – Agosto/2013 – no 031

Globalização e tecnologia.

Globalização e Tecnologia, duas palavras que entrou no dicionário e deles saíram para tomar uma dimensão tão ampla e cotidiana que nem podemos imaginar a profundidade que atingirão. Tais palavras fazem parte do cotidiano de todos nós, mesmo se não a utilizamos, a significação das mesmas é imenso e irreversível.
Ao pensamos nestas palavras relacionando-as a educação e a confessionalidade somos lançados aos princípios que devem fundamentar a prática pedagógica. Nesse sentido três princípios devem direcionar nossa ação no mundo tecnológico e globalizado que vivemos.

1. É preciso ter uma sabedoria corajosa. Todo docente precisa ter sabedoria. A arte de discernir para escolher o melhor. A coragem é a virtude que nos empurra a ação. Vivemos no mundo da múltipla escolha. É possível ter dezenas de produtos que visam responder a uma ou outra área específica. A sabedoria nos ajuda a escolher o produto de melhor custo benefício e a coragem nos impulsiona a adquirir e utilizar a ferramenta escolhida. Sem sabedoria a coragem pode se tornar estupidez. Sem a coragem a sabedoria pode se tornar covardia. É preciso ter sabedoria para decidir e coragem para adquirir e utilizar as tecnologias educacionais enfrentando o medo de utilizar o novo.

2. É preciso viver um amor serviçal. Vivemos num mundo de pessoas com as mais diversas dificuldades. Problemas familiares, vícios, falta de recursos dos mais diferentes níveis dentre outros. O docente que só preocupa com o conhecimento técnico científico e com os rendimentos financeiros de sua profissão não conquistará seus alunos. Faz-se necessário amar a quem se ensina. Amar significa querer o bem do outro, trabalhar para o seu crescimento e desenvolvimento. Por isso, é preciso um amor serviçal. Este amor vai além das palavras e torna-se prático na maneira de preparar, transmitir e discutir o conhecimento e mais na maneira de abordar seus pupilos. Abrir mão do aspecto acadêmico em nome do amor é enganação, mas em nome da formação profissional não amar o que se faz e a quem se faz é desumanização. Somente um amor que desemboca em serviço poderá evitar tais extremos.

3. É preciso ter uma visão holística da vida. Essa visão leva-nos a olhar o todo em dois aspectos. Primeiro, no mundo globalizado é impossível pensar que se trabalhará somente com os alunos de seu bairro ou cidade. No mesmo ambiente, podemos ter alunos indígenas, que ainda não provaram da tecnologia e alunos que vieram dos países mais desenvolvidos do mundo. O professor precisará entender esse contexto, além das diferenças culturais dos mesmos. É preciso uma visão holística que envolve a sensibilidade cultural.

Um segundo aspecto da visão holística é ver o ser humano como um todo. Ainda temos a visão cartesiana de que tudo que importa é o conhecimento intelectual. Essa maneira de ver precisa ser redimensionada para entendermos o ser humano como um todo. Com suas complexidades, suas emoções, ideologias, com alma. Nesse sentido a tecnologia bem usada pode despertar outros aspectos do ser que não somente o raciocínio.
O professor sábio, que ama o que faz e tem uma visão holística da vida utilizará da tecnologia para cumprir sua missão por amor ao ser humano com o qual se relacionará. Nunca o contrário, ou seja, amar a tecnologia e coisificar o ser humano. A pergunta que fica é: como ter sabedoria, amor e visão? O sábio Salomão nos responde: “o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; é escudo para os que caminham na sinceridade” (Provérbios 2.6,7). Que o Eterno nos ajude a cooperar para o bem desta geração de estudantes.

Rev. Heliel G. Carvalho – heliel.carvalho@unievangelica.edu.br

Prolongue seus dias ... viva a sabedoria

Capelania Institucional da Associação Educativa Evangélica – Agosto/2013 – no 029

Sabedoria: o caminho da felicidade!

“Uma simples conversa com uma pessoa sábia é melhor que anos de estudos”. Provérbio Chinês. A frase pode conter exagero, mas não é absurda. Então aprendamos com o sábio.

Ganhando o direito de ensinar através do afeto. A sabedoria pode moldar o caráter e multiplicar os anos de vida de quem a adquire. “Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, e se te multiplicarão os anos de vida” (Pv 4.10). Temos aqui recomendações para uma vida exuberante. Do lado paterno, professoral o desafio é ser afetuoso e ter um conhecimento sólido a ser transmitido de maneira sábia. Em outras palavras ganhe o direito de ser ouvido. Do lado do filho e ou aprendiz o que se pede são os ouvidos, a atenção e o respeito. Este precisa ganhar o direito de ser amado e bem educado. Quando há essa melodia de duas notas, o som é harmonioso e as ondas sonoras ressoam por muitos anos. O resultado para o aprendiz é: “Se multiplicarão os anos de vida” e ao mesmo tempo o resultado para o pai e ou mestre é saber que deixou suas marcas através de uma boa educação que será irradiada a muitas pessoas durante muitos anos.

Ensinando o bom proceder na caminhada. “No caminho da sabedoria, te ensinei e pelas veredas da retidão te fiz andar” (Pv 4.11). O desafio dos pais, do religioso e do mestre é grande. Salomão escreveu: no caminho da sabedoria, te ensinei. O que fazemos em sala de aula normalmente é transmitir informação, mas o que se pede dos sábios é que se use desse espaço, mas que o transcenda e no processo da existência se passe a sabedoria do bem viver. O ensino amplo envolve a retidão e tem a ver com a maneira de proceder. Envolve a vida como um todo e o todo da vida. Foi desta maneira que se formaram os sábios, pessoas que vivem de maneira reta. Estes adquiriram a ortodoxia, um pensar correto, mas também a ortopraxia, um agir correto. Ensine enquanto vive e viva ensinando. Todo verdadeiro ensino inclui a formação do caráter.

Andando na sabedoria sem embaraço e sem tropeço. “Em andando por elas, não se embaraçarão os teus passos; se correres, não tropeçarás” (Pv 4.12). Aqueles que foram ensinados com amor aprendem a sabedoria através do conhecimento e da vivência, por isso, tornam-se responsáveis por trilharem o caminho da sabedoria. A orientação recebida e vivenciada conduz num caminhar seguro, sem tropeços e quedas. Mesmo nos momentos onde for preciso acelerar na caminhada a musculatura firme adquirida pela sabedoria não permitirá o tropeço, contudo é preciso andar pelas vias da sabedoria, o contrário é seguir na direção das emboscadas.

Conclusão: Lembre-se do que aprendeu: A sua educação é a sua vida. “Retém a instrução e não a largues; guarda-a, porque ela é a tua vida” (Pv 4.13), outra opção: “Lembre sempre daquilo que aprendeu. A sua educação é a sua vida; guarde-a bem” (NTLH). É preciso amar a sabedoria que vem através da observação e da educação. Nesse sentido adquirir o conhecimento deve preceder o anseio por nota. Aprender sobre todas as áreas da vida deve preceder o foco estritamente técnico e científico. A buscar pelo aprendizado acadêmico, não pode ofuscar o crescimento através dos relacionamentos saudáveis, o desenvolvimento das emoções e da espiritualidade. Esse é o caminho da educação abrangente que conduz a verdadeira vida.

Precisamos retomar o caminho da sabedoria. Ganhar o direito de ser ouvido e ser sensível para ouvir. Ensinar mais que conteúdos e matérias, precisamos ensinar o ser humano a ser humano, para que ele trilhe um caminho reto, antes de ser aficionado pelo caminho da grana ou da fama. Somente assim serão livres das ciladas sutilmente postas por homens perversos e maus que vivem a procura dos inocentes e néscios. Enfim, num tempo onde se valoriza soberbamente a aquisição monetária e seu poder de compra precisamos entender que ainda que não seja errado obter coisas, elas não deveriam substituir a busca pela sabedoria que gera paz, conduz a vida plena e cheia de significado. Seja sábio, a verdadeira sabedoria conduz a vida, o contrário é caminho de morte.

Que o Eterno nos ajude!

Rev. Heliel G. Carvalho – heliel.carvalho@unievangelica.edu.br

Seus pensamentos e o seu destino

Capelania Institucional da Associação Educativa Evangélica – julho/2013 – no 028

Sabedoria: o caminho da felicidade!

“Vigie seus pensamentos, eles tornam-se palavras. Vigie suas palavras, elas tornam-se ações. Vigie suas ações, elas tornam-se hábitos. Vigie seus hábitos, eles formam seu caráter. Vigie seu caráter, ele se torna seu destino”. Estes pensamentos circulam na internet sem a possibilidade de saber ao certo seu autor. Independente da autoria, tais princípios são universais e por isso mesmo devem ser observados por nós. Ideias moldam vidas. Vidas moldam culturas. A sabedoria deveria ser a fonte geradora e orientadora de nossas ideias.

O Rei Salomão, escreveu muito sobre sabedoria. Esta nos remete para a necessidade de termos uma visão holística e uma ação coerente com a existência. Os povos que não caminharam nesse princípio não conseguiram se manter, ainda que tivessem poderio militar, econômico e intelectual. A verdadeira sabedoria trabalha essencialmente com o cuidado do ser interior, da moral e dos princípios espirituais. O chamado a vivenciar a sabedoria antecede a época dos grandes impérios como o Egípcio (1600-1200 a.C), Assírio (900-607 a.C), Babilônico (606-536 a.C), Medo-Persa (536-331 a.C), Grego (331-146 a.C), Romano (146 a.C - 476 d.C). Salomão embasa seus escritos nos ensinamentos que antecedem há 2000 anos antes de Cristo. O que o sábio rei fala sobre a sabedoria? Quais os frutos de obtê-la?

Vejamos o que nos ensina o livro de Provérbios sobre a sabedoria: “Estima-a, e ela te exaltará; se a abraçares, ela te honrará; dará à tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará.” (Pv 4.8,9). O teólogo Eugene Peterson fez a seguinte paráfrase do texto: “Agarre-a com firmeza - acredite, você não se arrependerá. Nunca a deixe partir, porque ela fará sua vida gloriosa, Cheia da indescritível e maravilhosa graça, ela enfeitará seus dias com a mais pura beleza” (Pv 4.8,9 MSG).

Indiscutivelmente todo ser humano busca ser honrado, ter algum tipo de reconhecimento. Deus nos criou assim, nos criou para sermos apreciados por Ele, contudo nossa raça escolheu outro caminho. Agora procuramos tal apreciação em outras coisas. Quando nosso relacionamento com Deus é reatado, tal impulso por buscar reconhecimento no que temos e fazemos é arrefecido. Sem dúvida o maior e melhor reconhecimento que o ser humano pode ter é sentir-se amado por Deus. Uma das formas de Deus nos amar é permitindo-nos ser honrados quando fazemos o que é justo e bom. Ele faz isso na medida certa, visto que o reconhecimento recebido e que nos faz muito bem, pode também ser a nossa derrota devido ao orgulho.

Aqueles que amam a sabedoria serão exaltados. “Estima-a, e ela te exaltará” escreveu o sábio. Aqueles que agarram a sabedoria serão honrados: “se a abraçares, ela te honrará”. A própria sabedoria dará àqueles que a tem a capacidade de saber receber a exaltação, da maneira certa, evitando assim a soberba que “precede a ruina e a altivez do espírito” que precede a queda (Pv 16.18). Desta forma, o sábio será humilde suficiente para saber que esta não foi gerada em si mesmo, mas herdada da Fonte de Sabedoria – o Deus Eterno.

Viver sabiamente é um desafio. Proposta que oferece como recompensa dias “gloriosos, cheios da indescritível graça”. Já é hora de aceitar o desafio. Tenha pensamentos, palavras e ações fundamentados na sabedoria, seu destino será cheio da mais perfeita paz. Tal certeza se deve porque a verdadeira sabedoria só é encontrada em Deus e no seu Filho Jesus Cristo, o Príncipe da paz (Is 9.6). Que o Eterno nos ajude.

Thursday, July 25, 2013

Sabedoria: o caminho da felicidade!


Capelania Institucional da Associação Educativa Evangélica – julho/2013 – no 027

Sabedoria: o caminho da felicidade!

Em 1917 as tropas nortes americanas preparavam para embarcar, a fim de ir aos campos de batalha na França e Bélgica durante a Primeira Grande Guerra Mundial (1914-18). A sociedade Bíblica de Nova York solicitou ao ex-presidente Franklin Delano Roosevelt (1882-1945) que fizesse uma dedicatória no Novo Testamento para ser doado aos soldados enviados nessa missão. Depois de citar o texto bíblico de Miquéias capítulo 6 versículo 8 com um breve comentário, Roosevelt escreveu: “... recorda: a maquinaria mais perfeita do governo não evitará nossa destruição como nação se não há dentro de nós uma alma. Nenhuma abundância de prosperidade material nos servirá de algo se nossos sentidos espirituais se atrofiam. Os adversários dentro de nossas próprias casas seguramente prevalecerão contra nós, a menos que haja em nosso povo uma vida interior que encontre sua expressão externa em uma moralidade como a pregada pelos profetas de Deus muito antes do esplendor da Grécia e a glória de Roma” (MILLER, 2001, p. 11). Em resumo, sejam sábios.

Salomão (c. 1000 a.C) já havia escrito sobre a sabedoria baseando-se nos ensinos hebraicos que remontavam há mais de 2000 anos antes de Cristo: “Não abandone a sabedoria, e ela protegerá você. Ame-a, e ela lhe dará segurança. Para ter sabedoria, é preciso primeiro pagar o seu preço. Use tudo o que você tem para conseguir a compreensão” (Pv 4.6-7). A premissa básica de uma existência extraordinária é buscar a sabedoria antes de qualquer outro projeto.

A sabedoria de um povo o conduz a uma vida digna. Não há tecnologia, poder bélico ou econômico que mantenha um povo por longo tempo a não ser que este esteja fundamentado na sabedoria. Esta abrange o conhecimento, mas o ultrapassa. Tem a ver com ter o acúmulo de informações, contudo se dá no processamento e abstração dos melhores dados. Pode gerar prosperidade, mas acima de tudo traz consigo a paz e boa convivência. A sabedoria é a prática do saber. Um saber amplo, que considera a Deus, o próximo e o nosso planeta.

Como se relacionar com essa sabedoria? Primeiro. Mantendo o que já se conquistou. Guardar a sabedoria ou não abandoná-la tem a ver com praticá-la, apesar das dicas ao redor apontar para um caminho mais fácil fora da mesma. Firmeza de propósito e de caráter faz-se necessário para se manter nesse caminho. A consequência? Você será protegido das loucuras dos insensatos, do caminho sem volta da ganância e da obstinação. Das propostas tentadoras e mortíferas dos loucos que se apresentam com ar de bondade e aparente segurança.

Segundo. Ame a sabedoria. Só valorizamos o que amamos. É comum ouvir das pessoas não tenho tempo para isso ou aquilo. Na verdade o problema não é a falta de tempo e sim de prioridade. Caminhamos prioritariamente na direção do amor ou para expressar amor a alguém. Amar a sabedoria e ter segurança de estar na direção certa é a mesma coisa.

Terceiro. Amar a sabedoria significa investir o que for preciso para obtê-la. É preciso pouco recurso financeiro para obter sabedoria. Os recursos mais úteis nesse caso são tempo e convivência. Relacionamento de qualidade com Deus e com o próximo sábio e o aprendizado a partir da criação de Deus. A premissa básica para a boa existência consiste em viver de maneira sábia, mantendo, amando e obtendo mais da sabedoria a cada dia.

Em um mundo que valoriza as futilidades, que cultua o corpo e coloca o crescimento econômico como fim último. Que valoriza o ter sobre o ser e o carisma acima do caráter faz-se necessário o cultivo da sabedoria. Somente os sábios não serão massas de manobra, nem conduzidos pelos maus ventos de nosso tempo. Serão, ao contrário, o sustentáculo social, moral e espiritual de seu povo e honrarão a Deus alcançando a felicidade. Que o Eterno nos ajude.

Rev. Heliel G. Carvalho – heliel.carvalho@unievangelica.edu.br

Wednesday, July 25, 2012

Sabedoria, o caminho da felicidade

"Guarda a sabedoria e o bom siso... serão vida para a tua alma..."  (Pv 3.21-23)

Salomão, depois de mostrar os imensos benefícios de se viver em sabedoria, mais uma vez, incentiva seus leitores a buscá-la. Sua pedagogia envolve relacionamento e amor, pois ele diz carinhosamente: "filho meu". Envolve ainda mais que intelectualidade, ele revela as intenções de seu coração ao dizer: "não se apartem estas coisas dos teus olhos". Que coisas? O que ele ensinou sobre a sabedoria que envolve o todo da existência vivida na perspectiva do Criador do universo. Então o sábio reafirma: "guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso" (21). Bom siso significa bom senso. Siso é o dente que nasce na idade adulta. Na idade da razão. Por isso bom senso. A capacidade de fazer bons julgamentos para tomar as melhores decisões. Assim, proceder com sabedoria e bom senso é decidir sempre pelo melhor caminho a tomar nos entroncamentos da existência, tendo os conselhos divinos, conforme registrados na Bíblia, como referencial a fim de manter-se no propósito. É seguir na mesma direção sem perder de vista o Criador e suas orientações. O caminho da sabedoria é contínuo, difícil, contudo agradável e recompensador. As razões pelas quais devemos agarrar a sabedoria e ao bom senso são:

1. Vivendo com sabedoria você terá uma vida ética e esteticamente bonita
. "porque serão vida para a tua alma e adorno ao teu pescoço" (22). Guardar a sabedoria e o bom senso gera vida e beleza. Para entender esta frase precisamos aguçar nossa imaginação. Pense em uma árvore frutífera. Esta pode ser esteticamente perfeita, com lindos ramos, folhagem e flores, contudo sem frutos. Agora, pense em outra árvore frutífera. Seu produto é delicioso, contudo a folhagem e flores são reduzidas e sem formosura, ainda que não seja comum, isso pode acontecer. Num terceiro momento imagine uma árvore que tenha muitos e deliciosos frutos e uma beleza admirável. Salomão está dizendo que aqueles que andam em sabedoria, assim como a árvore frutífera e frondosa, terá a plenitude da vida. A estética unindo-se a ética. Vida exuberante experimentada nas suas multiformes facetas. Um viver significativo e feliz. Isso porque há pessoas que vivem ética e moralmente irrepreensíveis, mas são infelizes. Neles a estética é assimétrica. Por outro lado, há aqueles que parecem esteticamente perfeitos, apresentam uma aparência de felicidade, mas são infrutíferos, ou seja, é moral, ética e espiritualmente desajustados. Uma hora essa máscara cai. A proposta da sabedoria é não separar o que Deus uniu: ética e estética.

Através da prática da sabedoria divina podemos unir frutos e beleza. Moral e alegria. Espiritualidade e prática da bondade. Quando falta um destes componentes ou ambos temos o indicativo que já perdemos de vista a essência da vida. E por falta do bom senso, muitos perdem a família, os amigos, o trabalho, os bens e a alegria, quando não a própria vida.

2. Vivendo com sabedoria você caminhará seguro e confiante. "Então, andarás seguro no teu caminho, e não tropeçará o teu pé" (23). Outro fruto de se viver em sabedoria e bom senso é andar em segurança e cheio de confiança. Sim! Quem ama ao Deus da sabedoria e procura viver coerentemente não tem o que temer. Como escreveu o poeta e tradutor brasileiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987): "Confiança é um ato de fé, esta dispensa raciocínio". Dispensar o raciocínio, não significa que a fé seja irracional e sim que ele é suprarracional.

Quem vive com fé em Deus tem a convicção da supervisão divina sobre sua vida. Caminha com confiança e direção certa. Sabe que na vida há propósito e desígnio. Entende que nada pode acontecer fora da supervisão do Senhor do universo. Andam de maneira altaneira e sem cessar avançam para o alvo. Estes não só sentem a direção, tem confiança no caminho a seguir, mas também tem boas orientações aos que se sentem perdidos, sem motivação e direção. A confiança do sábio extrapola as previsões da economia, da sociologia, da antropologia ou qualquer outra ciência. Estas ainda que avaliem os dados, não tem poder para definir os rumos da história, mas o Deus da sabedoria tem. A confiança gera segurança e esta tranquilidade para se viver.

Em resumo. Os frutos da sabedoria conduzem a uma vida ética e esteticamente bonita, numa caminhada segura e cheia de confiança. Além de livrar das emboscadas mortais da estultícia.

Rev. Heliel G. Carvalho –  heliel.carvalho@unievangelica.edu.br

Friday, July 20, 2012

CONFERÊNCIA SOBRE DISCIPULADO

Na próxima segunda e Terça-feira (23 e 24/07), teremos mais um momento de reflexão para pastores e líderes sobre: 

O Discipulado como ferramenta para treinar os membros de nossas igrejas para o ministério. 

Preletores: Rev. Young Ko e Paulo Renan
Pastores da Igreja Presbiteriana Agua Viva em São Paulo. 
Dias: 23 e 24 de julho
Horário: 14:30 horas. 
Local: Igreja Presbiteriana Antioquia. 
Endereço: Rua Siomara A. Oliveira, Qd 23, Lt 10,11, no Vivian Parque. 
Informações: Rev. Heliel Carvalho - 9135-5797 ou 3098-4509. 

Aguardo você.
 

Monday, May 28, 2012

Sabedoria: o caminho da felicidade!

Maio/2012 – no 067

“Reconheça o Senhor em todos os seus caminhos e Ele endireitará as suas veredas” (Pv 3.5-7).

Continuando a lógica seguida nas orientações dadas pelo sábio Salomão, veremos alguns princípios nos quais poderemos seguir a fim de caminharmos em direção a felicidade.

Quais seriam as demais colheitas proposta aqui para aqueles que vivem os princípios apresentados pelo sábio? 3) Ter os passos acertados por Deus nas vias da existência. Vejamos então quais as condições apresentadas para se ter os devidos retornos ou frutos.

Princípio 3: Confiança irrestrita em Deus: “Confia no SENHOR de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; Reconheça o Senhor em todos os seus caminhos” (5,6). A pergunta que se levanta é: confiar em Deus significa que eu sou um robô que preciso ser direcionado ou manipulado por Ele? A resposta seria não. Absolutamente! Você não é um robô, mas é como uma criança que precisa de direção, pois apesar de todo avanço tecnológico e científico, permanecemos os mesmos. Somos limitados. Qualquer coisa nos desestabiliza. Caímos em depressão facilmente. Somos incapacitados para cuidar de nosso cônjuge. Quanto mais dos filhos! Qualquer mudança em nosso organismo, seja por razões externas ou internas, leva-nos ao leito de morte. Somos prisioneiros de diversas paixões que nos encadeiam para a morte. Como escreveu o dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616) “mostre-me um homem que não seja escravo das suas paixões”. E Jesus de Nazaré afirma: “se vós que sois maus” (Dr. Lucas 11.13).

Mais, se qualquer uma das aproximadamente 200 a 500 bilhões de estrelas de nossa minúscula galáxia, cercada por mais de 1500 bilhões de outras galáxias se desviar de sua rota, seria suficiente para não sobrar nada de nosso minúsculo planeta azul. Traduzindo. Se nossa Via láctea não é nada frente ao universo e nosso planeta é como pó dentro de nossa galáxia, como diz o poeta hebreu: “Que é o homem, que dele te lembres?” (Sl 8.4). Quem é este que acha que não precisa do seu Criador? Precisamos reconhecer que necessitados desesperadamente da força e direção de Deus. Aqueles que optam por pedir a orientação de Deus em todas as áreas de sua vida, ao invés de ser autossuficiente, certamente colherão os bons resultados dessa escolha. Qual é o fruto?

3ª consequência: ser dirigido por Deus nas vias da existência. “e ele [Deus] endireitará as tuas veredas” (6). Deus mesmo se incumbirá de dar a direção aqueles que dele dependem. Nossos caminhos não são tão retos assim. Via de regra somos tomados por ilusão, vaidade, paixões, interesses não tão puros ao tomar nossas decisões. Se nos humilharmos confiando em Deus e pedindo sua direção, Ele nos dará. Tomaremos a rota certa nos trevos da existência. O Senhor se incumbirá de nos dar sabedoria para tomar a decisão certa, do jeito certo, na hora certa, seja por meio da Bíblia, de um bom livro, de amigos, de familiares, ou mesmo movendo nossos corações e mentes para o fim determinado.

Quem nunca experimentou essa ação maravilhosa e direcionadora de Deus? Usando uma figura do ex-catedrático de Oxford, C.S.Lewis (1898-1963): Quem com um pouco mais de idade ao olhar para traz não percebe, “a mão dançante de Deus” guiando a sua vida? Quem ao olhar para uma criança não percebe os vários livramentos dados a ela, de inúmeros acidentes, dos mais simples aos mais complexos?

Que o Eterno nos ajude a sermos mais humildes. Que Ele desperte em nós um pouco mais do aspecto filosófico e nos leve a indagar sobre tais questões. Termino com a música antiga (c. 1000 a.C): “Mas os que buscam abrigo em ti ficarão contentes e sempre cantarão de alegria porque tu os defendes. Os que te amam encontram a felicidade em ti” (Salmo 5.11).

Rev. Heliel G. Carvalho – heliel.carvalho@unievangelica.edu.br

Meu CULTO diário



Não consigo passar um dia sem Ele.

Essa é minha religião verdadeira, minha grande alegria.

Esse é meu culto diário

Tem boa música e bem eclética

Ouço o recado, ou melhor, leio atentamente as mensagens

Tomo notas, a gente sempre escreve alguma coisa

Ainda que não tão próximo, há uma rede de irmãos e irmãs. Tô ligado neles, sempre falamos.

Tem a parte financeira também, sim, é a hora de investir nesse reino, às vezes diária, semanal, quinzenal, mensal, depende...

Depois tem música,

Tem mensagem,

Estou falando da celebração, do culto diário.

Você não acredita que faço isso todo dia?

Você não é devoto ao seu Deus assim?

Acredite é assim!!!

Esse é meu culto ao celular.

Agora leia de baixo para cima.

Thursday, May 10, 2012

DIA DO TRABALHADOR II

Maio/2012 – no 064


“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”, disse Jesus (João 5.17).

Na reflexão anterior tentamos traçar o embasamento cristão sobre o trabalho e o descanso. Agora tentaremos aprender algumas implicações acerca deste, que podem revolucionar nossa vida. Afinal se dividirmos o dia em três partes, aproximadamente um terço dele seria para dormir, outro para trabalhar e o outro para as demais atividades. Já imaginou, desperdiçaremos um terço da vida se nosso trabalho não nos der alegria, ainda que tenha alguns momentos difíceis?

O trabalho é criação de Deus e existe antes da quebra do relacionamento da criatura e Criador. Há quem ache que o trabalho é fruto da rejeição do homem ao plano de Deus. Não é verdade! Antes de acontecer à rebelião do homem contra Deus, registrado em Gêneses capítulo três, já havia trabalho. Toda criação recebe uma função do Criador. À relva: deem fruto (Gn 1.11); Aos corpos celestes: façam separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos ... para alumiar a terra (Gn 1.14,15); Aos animais: multiplicai-vos e enchei as águas dos mares; e, na terra, se multipliquem as aves (Gn 1.22); e ao homem: tenha domínio sobre a criação enchei a terra e sujeitai-a ... e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e guardar (Gn 1.26,27; 2.15). Também trouxe Deus os animais para ver como este lhes chamaria e os nomearia (Gn 2.19). Aprendamos, o trabalho dá dignidade e sentido a vida. O descanso deveria ser consequência do trabalho, momento de refrigério, gratidão a Deus e reavaliação do serviço executado. Somos cooperadores da divindade em nosso lindo planeta.

Todo trabalho digno, honra a Deus e é por Ele valorizado. A Bíblia fala muito de profissões como o curtidor, artista, boiadeiro, políticos, sacerdote, escritor, historiador, médico, dentre outras. Para a visão cristã, todo trabalho digno é dignificado por Deus. Não há trabalho santo e trabalho profano exceto ao que foi profanado, ou seja, usado contra Deus, a própria pessoa e o próximo. Afinal Jesus trabalhou como carpinteiro. O servente de pedreiro e a empregada doméstica fazendo o seu trabalho com amor, honestidade e honrando a Deus tem a mesma dignidade do religioso expondo a Palavra de Deus ou de Barack Obama discursando na Casa Branca sobre o fim de uma guerra injusta. Na visão Cristã não existe um trabalho santo e outro chamado profano, sendo ele digno. O trabalho do religioso pode ser o mais profano, se suas intenções e ações são perversas, ainda que mascaradas. O que vale para todas as profissões.

Todo trabalho pode e deve ser uma maneira de exaltar a Deus nos dando dignidade e valor ao próximo. Se assim não for, simplesmente você jogará um terço de sua vida fora. A grande dificuldade em relação ao trabalho se dá quando focamos somente na remuneração, consequentemente não desempenhamos nossa função de acordo com nossas habilidades. O sociólogo e escritor Os Guinness, no livro, O chamado, defende a seguinte tese: há um princípio advindo da fé cristã que revolucionou o mundo ocidental, depois da idade média. O princípio do Chamado ou Vocação. Isto significa que somos chamados não só para sermos de Deus, o que já seria fantástico, mas também vocacionados para realizar algo que honra a Deus e contribui com o bem do próximo e do planeta. Para isso, Deus nos deu habilidades específicas. Se as descubro e trabalho dentro dessa visão, meu trabalho já não será um peso, consequentemente meus relacionamentos no trabalho tendem a ser saudáveis e a remuneração virá a reboque. Em outras palavras, quem enxerga o trabalho como vocação de Deus, ama o que faz e faz o que ama.

Concluindo. O trabalho não é maldição, é benção. A maldição é a distorção, o desequilíbrio em relação ao mesmo. Este desequilíbrio advém da nossa desconexão com o Criador, conosco mesmo e com nosso próximo. Mais, toda profissão digna tem seu valor dado pelo Criador independente do status conferido pela sociedade e deve ser uma forma de honrar a Deus e conferir dignidade a quem a desempenha e ao seu próximo.

Como anda sua relação com sua vocação? Trabalhamos ou descansamos mais que deveríamos? As pessoas ficam satisfeitas com nosso trabalho? Que o Eterno nos ajude a ter alegria em nosso trabalho e também no descanso!!!

Rev. Heliel G. Carvalho – heliel.carvalho@unievangelica.edu.br

DIA DO TRABALHADOR 1

 Maio/2012 – no 063


“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”, disse Jesus (João 5.17).

Segundo alguns historiadores, uma das primeiras manifestações destes aconteceu nas ruas de Chicago, Estados Unidos da América, em 1886. O objetivo era, dentre tantos outros, reduzir a jornada de trabalho para 8 horas diárias. Nesse período chegava-se a trabalhar até 16 horas por dia. Em 1919, o senado francês ratificou a jornada de 8 horas e o dia 1º de maio como feriado. Desde 1895 se comemora essa data no Brasil, contudo somente em 1925, o dia foi oficializado como feriado nacional pelo presidente Arthur da Silva Bernardes (1875-1955), contudo a maioria dos direitos trabalhistas que temos hoje - como salário mínimo, carteira de trabalho, jornada de 8 horas, férias remuneradas, descanso semanal e previdência social, dentre outras, aconteceu na Era Vargas (1930-1945), do Presidente Getúlio Dorneles Vargas (1882-1954). Deixando o aspecto histórico mundial e brasileiro em particular, voltemos ao embasamento judaico cristão do trabalho. Qual a visão cristã do trabalho?

Em primeiro lugar, a declaração bíblica é de um Deus trabalhador. O primeiro versículo da Bíblia começa com a declaração: “no princípio criou Deus” (Gn 1.1). Ele criou, não só o planeta terra, mas também o universo. Sua criação é fruto de sua criatividade, trabalho intelectual, que advém de Sua imaginação seguida de projeto e ação. Eis o embasamento para todo tipo de trabalho como digno, desde o manusear a ferramenta até a arte do projetista.

A segunda comprovação da ação de Deus como uma divindade que trabalha é a vida de Seu Filho encarnado, Jesus de Nazaré. Em certa ocasião perguntaram sobre Jesus: “não é este o carpinteiro?” (Mc 6.3). A pergunta revela não somente a profissão de Jesus, mas mostra um ofício muito comum para uma divindade, ou seja, um carpinteiro. Profissão que não tinha muita conexão com a religiosidade da época. Aprendemos aqui sobre a dignidade de todo trabalho digno, independente de sua remuneração e abrangência. E o trabalho divino é mais uma vez manifestado quando o mestre de Nazaré diz: “Meu Pai [referindo-se a Deus] trabalha até agora, e eu [Jesus] trabalho também” (Jo 5.17).

Ao olhar para a agenda de Jesus, ficamos assustamos por perceber sua intensa atividade diária, muitas das vezes tendo de usar a alta madrugada para a comunhão com Deus. E a completude de sua obra é descrita por Isaías como o mais árduo trabalho: Conceder perdão e declarar justos os que não o são. Essa conquista envolve e ultrapassa o tempo e o espaço e é digna de grande recompensa: “Ele [Jesus] verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si” (53.11).

O Espírito Santo é apresentado também, como alguém trabalhando de diversas formas: convencendo o “mundo do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16.8). Renovando a terra: “Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra” (Sl 104.30). Como pedagogo: “o Espírito Santo ... esse vos ensinará todas as coisas” (Jo 14.26), dentre outras.

Se não bastassem tais informações, Jesus disse que na sua segunda vinda servirá aos seus: “o senhor, quando vier ... há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá” (Dr. Lucas 12.37). Essa verdade condiz com o que fora dito pelo profeta Isaías (700 a.C): “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera” (Is 64.4). Não é maravilhoso experimentar essa verdade? Você já pensou que se você confia em Deus, pode descansar tranquilo enquanto Ele faz o que você não pode fazer? Pois “aos seus amados dá enquanto dormem” (Sl 127.2).

O mais impressionante de tudo é saber que Deus Pai, Filho e Espírito Santo trabalham e o faz para homens e mulheres como nós. Tão impressionante quanto o seu labor é saber que Deus descansa. Não deveríamos aprender esse ciclo saudável e tão abençoador com Ele? Que aprendamos levando em conta o Eterno! Que aprendemos a descansar sabendo que Ele trabalha por nós!

Rev. Heliel G. Carvalho – heliel.carvalho@unievangelica.edu.br

Friday, April 13, 2012

Sabedoria: o caminho da felicidade!

Abril/2012 – no 061
Escutem! A Sabedoria está gritando nas ruas e nas praças... o que me der ouvidos habitará seguro, tranquilo e sem temor do mal. Rei Salomão (Provérbios 1.20 e 33).
Em breve teremos em mãos um ótimo livro: “Meu tesouro repartido”; nele o nobre Professor de Direito, João Asmar, se revela como um verdadeiro sábio. Veja o que o mestre escreve a um de seus pupilos: o esbanjamento precoce das energias representa o desordenamento da vida, no futuro...”. A outro orienta: “não coma tanto, evite engordar...”. Que preciosidade! Que clamor para que tais jovens alcance a sabedoria nos mínimos detalhes da vida, a fim de, colher os frutos preciosos da felicidade e vitórias no presente, mas muito mais, num futuro próximo.
Nos versos seguintes, percebemos o sábio Salomão, mostrando exatamente essa verdade. Ainda que vivamos em um mundo de tantos revezes é perceptível o clamor da sabedoria em todos os lados, em alto e bom tom, visível e simples, impactante e sensível, poderoso e cheio de exemplos. Chego a ouvir o som que vem ecoando há mais de 3000 anos passados: Escutem! A Sabedoria está gritando nas ruas e nas praças. Nos portões das cidades e em todos os lugares onde o povo se reúne, ela está gritando alto, assim: - Gente louca! Até quando vocês continuarão nesta loucura? Até quando terão prazer em zombar da sabedoria? Será que nunca aprenderão?” (v. 20-22).Até quando” significa que até a loucura e toda sorte de maus pensamentos, intenções e modo de vida devem ter seus limites. Uma hora essa anarquia tem que parar.
Quando atentos a Dona Sabedoria, conforme personalizada pelo escritor, então se tem a promessa de abundante colheita: “Escutem quando eu os corrijo. Eu darei bons conselhos e repartirei a minha sabedoria com vocês” (23). A recompensa da sabedoria é ver a si mesma distribuída. O contrário também é verdade. Quando não se interrompe o caminho da morte, só pode se terminar na cova. “Eu chamei e convidei, mas vocês não me ouviram e não me deram atenção. Vocês rejeitaram todos os meus conselhos e não quiseram que eu os corrigisse. Assim, quando estiverem em dificuldades, eu rirei; e, quando o terror chegar, eu caçoarei de vocês. Zombarei de vocês quando o terror vier como uma tempestade, trazendo fortes ventos de dificuldades. Eu rirei quando estiverem passando por sofrimentos e aflições. Então vocês me chamarão, mas eu, a Sa-bedoria, não responderei. Vão procurar por toda parte, porém não me encontrarão(v. 24-28).
Para tudo na vida há um limite de tolerância: do tempo de vida útil de um motor à resistência de uma rocha. Do amor de um pai, ao enfado da Sabedoria, que oferecendo-se a si mesma e todos os seus preciosos frutos e vendo-se rejeitada como se fosse o mais miserável vicio, mendigando alguma fagulha de atenção. A rejeição ao bem constitui-se um apelo ardente para o mal. Assim, inevitavelmente, comerão do fruto que plantaram. Beberão da cisterna que cavaram. Terão relacionamentos proporcionais ao tipo de relação que cultivaram. Viverão a partir da “sabedoria” que buscaram. Conclui a Senhora Sabedoria: “Vocês não quiseram a sabedoria e sempre se recusaram a temer a Deus, o SENHOR. Não aceitaram os meus conselhos, nem prestaram atenção quando os corrigi. Portanto, receberão o que merecem e ficarão aborrecidos com as coisas que fizeram. Os tolos morrem porque rejeitam a sabedoria; os que não têm juízo são destruídos por estarem satisfeitos consigo mesmos” ou a sua impressão de bem-estar os leva à perdição(29-32).
É tempo de ouvir a sabedoria. Ela, quase onipresente, insistente, viva, pura, desejosa de ser absorvida, degustada, entranhada nos mínimos meandros da existência. Quando ela clama por atenção, não significa que é carente, mas, sendo sábia, ela tem a convicção que somente tendo-a você desfrutará a felicidade. E a felicidade da Senhora sabedoria é vê-nos felizes no Criador, inclusive fonte da sabedoria.  É tempo de semear para a vida! Antes, porém, é tempo ouvir, visto quequem me ouvir terá segurança, viverá tranquilo e não terá motivo para ter medo de nada.” Não é isso o que todos nós buscamos? Não é esse o anseio do coração humano? Que o Eterno nos ajude a ouvir a voz que clama para nos suprir daquilo que ansiamos!!!               
                                                         Rev. Heliel G. Carvalho – heliel.carvalho@unievangelica.edu.br

Ele Está Vivo!!!

Abril/2012 – no 060
Ele Está Vivo!!!
Por que buscais entre os mortos ao que vive?” Dr. Lucas (24.5).
Celebramos a Páscoa. A saída do povo hebreu do Egito e especialmente a ressurreição de Jesus. O Dr. Lucas (+84 d.C), médico e historiador, fez um relato acurado dos eventos sobre a vida, obras, morte e ressurreição de Jesus. Assim está registrado no evangelho:
“Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído.” (1.1-4).
Registra ainda o Dr. Lucas, que algumas mulheres foram ao túmulo, naquela alta madrugada de domingo ver o corpo de Jesus de Nazaré. Encontraram a pedra da entrada do túmulo removida. Ao entrarem no túmulo de José de Arimatéia, não acharam o corpo de Jesus. Nesse momento encontraram dois varões de vestes resplandecentes que lhes disseram:
Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda na Galiléia, quando disse: Importa que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de pecadores, e seja crucificado, e ressuscite no terceiro dia. Então, se lembraram das suas palavras” (Lucas 24.5-8).
Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não está aqui. Ele está vivo...
Ele esta vivo porque ressuscitou, dando prova de tal fato a mais de 512 pessoas (1Cor 15.5,6)... Ele ressuscitou porque morreu... Ele morreu porque viveu e viveu muito bem...
Ele viveu porque tinha uma missão a cumprir “porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19.10)... “tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20.28)...
Ele teve uma missão porque fora enviado por Deus Pai para cumpri-la cabalmente: “Porque eu [Jesus] desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia” (João 6.38,39)...
Jesus fora enviado e se manifestou a seu povo, e, para cumprir Sua missão teve que se encarnar: “E o Verbo [logos: Palavra] se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1.14)...
Ele se encarnou porque era Espírito e estava em outra realidade junto a Deus Pai. Senão veja o que disse Jesus: “e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo” (João 17.5)...
Ele estava em Espírito porque era Deus, por isso afirmou: “eu e o Pai somos um” (João 10.31) ...
Então, sendo Deus, Jesus Cristo, poderia ressuscitar dos mortos...
Aquele que foi ressuscitado dos mortos e teve poder para ressuscitar outras pessoas dos mortos, tem poder para dar vida aquele que com fé a Ele se achega, por isso, “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?” (João 11.25)...
Agora a resposta fica comigo e com você: “Crês isto?” Se sim, ainda que você morra viverá e se você viver crendo no Cristo ressurreto, não morrerá eternamente, pelo contrário, terá vida plena aqui se nele permanecer e quando daqui partir, você terá vida eterna. Que o Eterno nos abençoe!!!                                                   
Rev. Heliel G. Carvalho – heliel.carvalho@unievangelica.edu.br

Thursday, July 14, 2011

Vive-se para Deus aproveitando o tempo

Capelania Institucional da Associação Educativa Evangélica – julho/2011 – no 021



“... remindo o tempo, porque os dias são maus.” (Ef 5.17)

Vimos na semana passada que devemos viver bem a partir do entendimento que há um propósito para cada tempo da existência. Entender essa verdade e amoldar-se a ela impulsiona-nos a experimentar o que há de melhor nessa vida – amoldar-nos ao propósito do Criador.

Depois de admitir a realidade do propósito, perceber o tempo em que se está vivendo traz benefícios fantásticos a existência. Dentre tantas palavras da língua grega para expressar a idéia de tempo quero pensar em pelo menos duas delas. Primeiro o tempo cronos de onde vem cronômetro e a segunda kairós que significa oportunidade, um tempo fixo, determinado.

Quando pensamos em entender o tempo que se está vivendo, estamos pensando no Kairós, esse tempo de Deus. Essa oportunidade que nos abre para algo novo em nossa existência. Perceber o kairós e entrar nele ajuda-nos a aproveitar a vida em toda sua perspectiva.

Vale lembrar que aproveitar bem o tempo não significa viver apressadamente: “ando devagar porque já tive pressa”, nos ensina o cantor Almir Sater. Alguém sabiamente já disse que a pressa não é do diabo, ela é o diabo. G.K. Chersterson (1874-1936) o filósofo, poeta, teólogo e conferencista inglês já dizia: “uma das grandes desvantagens de termos pressa é o tempo que nos faz perder”. A questão não é correr, correr e correr. Também não estamos pensando em indisciplina, nem mesmo ausência de descanso. Entenda que o tempo que você gosta e precisa “perder”, já não é tempo perdido.

O que precisamos é em sintonia com Deus discernir as oportunidades e vivê-las bem. O profeta Jeremias (aprox. 650-570 a.C) revela que por vezes os ser humano com toda sua racionalidade não consegue perceber esse kairós e conseqüentemente voltar-se para Deus: “Até a cegonha no céu conhece as suas estações; a rola, a andorinha e o grou observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece o juízo do SENHOR” (Jr 8.7). Se não percebemos o criador do tempo como poderemos perceber o tempo do criador?

Entendo que por motivos como este escreveu o sábio Salomão: “o coração do sábio conhece o tempo e o modo” (Ecl 8.5). Sim. Para entender o tempo e o nosso tempo, precisamos de sabedoria e esta procede somente de Deus: “porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento” (Pv 2.6). Em última instância precisamos de Deus. Precisamos de sua sabedoria para viver a oportunidade que se nos apresenta hoje. Pense. Qual é o momento existencial que se encontra minha família? Qual o kairós está se processando na vida de meus filhos e cônjuge o qual devo aproveitar? Que oportunidades se abrem para mim profissio-nalmente? Que expectativas tenho daquilo que Deus quer fazer comigo hoje, ou amanhã?

Acima de tudo, o que está Deus fazendo em minha própria história? Porque estou vivendo tal e tal situação? Aprendamos que discernir o kairós de Deus tem tudo a ver com viver a vida em abundância. Adquirir sentido para a existência. Perceber-se amado pelo Pai Celeste. E naturalmente aproveitar o tempo juntamente com nossos queridos, com aqueles que estão ao nosso redor e com certeza quer viver intensamente o seu tempo junto com o nosso tempo. Você consegue discernir o seu tempo? Se sim, viva-o. Se não, peça ajuda ao Senhor do tempo, para aproveitar bem o seu tempo, pois os dias são maus.

Capelão Rev. Heliel G. Carvalho – heliel.carvalho@unievangelica.edu.br

Vive-se para Deus entendendo o propósito no seu tempo

Capelania Institucional da Associação Educativa Evangélica – julho/2011 – no 020

Tudo tem o seu tempo determinado” (Ec 3.1).
Viver bem tem a ver com ser disciplinado, e ter disciplina implica em aproveitar bem o precioso tempo que se tem. O tempo é um mistério e tem um aspecto filosófico profundo onde homens e mulheres gastaram seus neurônios tentando decifrá-lo. A grande questão não é entender o tempo, como um aspecto filosófico, nem meteorológico, mas vivê-lo bem, discernindo os propósitos do criador para cada momento existencial. Assim, vive-se bem, em harmonia com este invólucro no qual estamos imersos e acima de tudo em sintonia com o Criador do tempo e dos propósitos. Victor Hugo (1802-1855) o escritor e poeta francês escreveu: “a vida já é curta e nós a encurtamos ainda mais desperdiçando o tempo”.
Salomão (1009 - 922 a.C), o sábio Rei de Israel, escreveu: Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu, e então, esclarece a afirmativa: tempo de nascer e morrer; de plantar e de arrancar o que se plantou; de matar e de curar; de derribar e de edificar; de chorar e de rir; de prantear e de saltar de alegria; de espalhar pedras e de ajuntar pedras; de abraçar e de afastar-se de abraçar; de buscar e de perder; de guardar e de deitar fora; de rasgar e de coser; de estar calado e de falar; de amar e de aborrecer; de guerra e de paz (Eclesiastes 3.1-8).
Em seguida Salomão ainda escreve: Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo (3.11). Entendendo essa verdade e que há tempo para todo propósito, penso que há três lições que podemos tirar deste poderoso aspecto que envolve toda nossa vida – o tempo. Quanto ao tempo precisamos admitir sua determinação, discernir seu propósito e vive-lo intensamente.
Primeiro: Precisamos admitir que há um tempo determinado para tudo. Há um Deus no controle da história que projetou um tempo para cada propósito. Cada aspecto da vida tem o seu tempo. Sem esse entendimento atropela-se a vida, ou melhor, a vida nos atropela. Então passamos a viver incoerentemente e chegamos a atrapalhar aqueles que ao nosso redor estão lutando para viver o seu tempo. Uma criança que a seu tempo se porta como tal encanta qualquer adulto, mas um adulto com atitudes de criança é uma tragédia. Querer rir num velório é trágico, mas dar gargalhadas numa festa é natural. Um adolescente enfrentando ebulições nas emoções é normal, mas um avô vivendo nas indecisões da adolescência é uma piada.
Admitir que existe um tempo próprio para cada idade e circunstancia da vida já é um ganho fantástico. Assim, evitaremos ser atropelados pela existência. Aproveitaremos o momento e viveremos bem apesar de nem sempre viver como queríamos, como diz o pensador: “a dor e alegria são cores da trama da vida”. Que Deus nos dê a graça de, ainda que não entendamos todos os aspectos dessa verdade, confiarmos em Sua bondade e sabedoria ao determinar os tempos certos para cada situação. Refletiremos mais sobre o tempo na próxima semana.
Capelão Rev. Heliel G. Carvalho – heliel.carvalho@unievangelica.edu.br

Monday, June 13, 2011

O mundo precisa de homens e mulheres....

Nesses últimos dias encontrei-me com alguém que me fez ver algumas coisas e confirmou muito do que creio. Qualidades escassas em nossos dias. Fico feliz quando vejo pessoas que amam a Deus de verdade e de forma mais integral. Vou pontuar aqui alguns desses valores e oro para que minha própria vida e a sua também, sejam assim para a glória de Deus, o bem de nossa família, da Igreja e o avanço do reino com testemunho claro e contundente ao mundo. Além dos princípios básicos de vida devocional e familiar coerente, há alguns fatores que penso serem quase naturais aqueles que querem servir a Deus de forma integral. Por isso penso que:

1) Precisamos de pessoas que acima de funções e atribuições preocupam-se em ter um caráter parecido com o de Jesus de Nazaré. Nosso conhecimento não elimina nossa tarefa de moldar-nos a imagem do Filho de Deus (Rm 8.29). Nossas habilidades não são capazes de refrear os impulsos pecaminosos. Nosso crescimento pessoal pode não ser crescimento a semelhança do Nazareno. Assim, nosso primeiro alvo deve ser moldarmo-nos aquele ao qual todo homem e mulher deveriam parecer, ao invés de continuarmos seguindo e deixando crescer em nós o Adão medroso, covarde, fujão e omisso, ainda que este exteriormente exiba muitas coisas que agradam aos homens;
2) Precisamos de pessoas que se importam mais com o reino do que com seus títulos. Quero reafirmar que os títulos e tudo o que Deus coloca em nossas mãos são meios, não fins. São ferramentas, não a obra. São pontes, não o destino. Enfim, se aquilo que Deus nos dá se torna fim, então, tornou-se um ídolo em nossa vida, Deus se torna descartável e logo tudo se inverte e a vida perverte. Somos mais que as atribuições que temos ou recebemos;
3) Precisamos de pessoas que preocupam em gastar sua vida em prol do Reino de Deus, especialmente dos que tem menos recursos. O egoísmo é tão exacerbado e insuflado pela nossa sociedade, somando-se ao fato da igreja moderna estar tão ensimesmada que ao vermos alguns que se gastam pelo reino até assustamos. Vira artigo de luxo encontramos pessoas que lançam-se em Deus e seus propósitos, deixando de lado toda gloria, privilégio e honraria dos homens. Conheço homens que tendo cadeira cativa em Harvard, optaram por embrenharem no meio da Amazônia, afim de, levar o evangelho aos indígenas;
4) Precisamos de pessoas que vivem na simplicidade. Simplicidade não significa pobreza ou despreparo, mas sim, tendo preparo, bens e tudo o que se pode ter, não se apegar a tais quesitos, pelo contrário disponibilizar tudo isso em amor ao próximo e a glória de Deus. Se cremos mesmo que Tudo foi feito nEle, por meio Dele e para Ele, então devemos fazer uso de todos os recursos tecnológicos para agilizar as comunicações e tudo o mais que for preciso para o avanço do Reino. Vi um missionário europeu usando a internet e puxando a orelha de um brasileiro que queria usar o telefone. O raciocínio era o seguinte. Se temos a internet gratuita e a possibilidade de acessá-la, porque gastar com telefone? Otimizemos os recursos para abençoar mais vidas. Por outro lado, vejo pessoas de baixa condição social gastando as centenas de reais em aparelhos de celular e outros, mas acham um absurdo o preço de um livro de R$ 25,00, um acampamento de 10 ou 15% do salário mínimo, um congresso de R$ 300,00. É preciso mudar os valores. Precisamos viver a simplicidade usando as tecnologias existentes e investindo somente no essencial;
5) Precisamos de pessoas que mesmo entendendo que algumas tenham poucos recursos, nunca são tão limitados que não possam contribuir com nada. A famosa tese de que o pobre é miserável, coitadinho e incapaz precisa ser demolida. É verdade que a condição econômica baixa traz muitas limitações, mas é verdade também que pessoas podem se desenvolver, acima de tudo se aprender a investir o pouco que tem de forma sábia e prudente. Isso pode ser feito com acompanhamento, ajuda e direcionamento. Pessoas que só recebem, tendem a tornarem-se pedintes. Doar liberta, ensina administrar e acima de tudo leva a confiar no provedor de todas as coisas. Precisamos ensinar as nossas comunidades, por mais carentes que sejam a contribuir. As grandes e revolucionárias personalidades normalmente saíram das condições menos favorecidas e normalmente fizeram muito sem ter quase nada. Suas vidas e exemplos foram a força propulsora para angariar recursos em todos os sentidos para mudar realidades miseráveis;
6) Precisamos de pessoas que tenham ideais baseados num realismo-esperançoso. Que dizem não ao pessimismo! Da mesma forma, dizem não ao otimismo! Isso porque o primeiro aborta a esperança num Deus que muda realidades. O segundo ignora a realidade e sonha com o impossível, contudo, é preciso viver analisando a realidade cheio de esperança naquele que muda situações e circunstâncias e para isso chama sonhadores, que sonham com Ele, Nele e para Ele. Onde estão os sonhadores? Onde estão aqueles que ainda acreditam que Deus muda a história de famílias, de bairros, cidades, estados e até nações? Deus continua o mesmo e continua a chamar homens e mulheres que com Ele sonhem e vivam na perspectiva de serem poderosos instrumentos em suas mãos.
Concluo orando para que Deus levante pessoas que se importam com o que importa. Assim, trabalham mais pelo que Deus tem para fazer neles do que através deles. A batalha principal destes é assemelhar-se a Jesus de Nazaré. Valorizam mais o Reino de Deus que suas conquistas pessoais, desta forma investem suas vidas de forma prática e real no reino trabalhando de forma especial com aquelas pessoas e regiões que tem menos recursos, em todos os aspectos. Pessoas que vivam a simplicidade da vida desvencilhadas das inúmeras amaras que se apresentam como pretensas solucionadoras de todas as crises. Pessoas que estendam as mãos aos necessitados, mas também mostrem que estes podem e devem fazer o que lhes cabe. É preciso treiná-los desde o início para que não se tornem eternos pedintes. Precisamos de pessoas que continuem a sonhar. Imersos na realidade atual, mas também imersos na realidade Divina de tal forma que ainda que conheçam a situação, creiam num Deus que muda situações.
Somente estes experimentarão mais intensamente a verdade suprema que "honrar a Deus é alegrar-se nele para sempre”. Creia: A medida que honramos a Deus com tudo o que temos e somos, passamos a experimentar a alegria verdadeira que só Ele pode e quer nos dar.

Heliel Carvalho 13/06/11

Tuesday, June 07, 2011

Vive-se para Deus em comunidade

Capelania Institucional da Associação Educativa Evangélica – junho/2011 – no 016

Vive-se para Deus em comunidade

“se andarmos na luz, como ele [Deus] na luz está, temos comunhão uns com os outros...” (1Jo 1.7)
Deus é extremamente bondoso para conosco. Ele nos direciona através da Bíblia. Ele traçou um projeto de vida magnífico para nós: imitar a Jesus de Nazaré. Deu-nos ainda um canal aberto junto para respondermos positivamente a Ele e agora percebemos um outro fator essencial em nossa vivencia com Deus: É impossível trilhar essa caminhada solitariamente.
Pense na verdade expressa em alguns provérbios populares: “Uma andorinha só não faz verão”. Os chineses nos ensinam: “Se queres ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá acompanhado”. O sábio Salomão escreve: “busca seu próprio desejo aquele que se separa; ele insurge-se contra a verdadeira sabedoria” (Pv 18.1). Em outro contexto Salomão como que explica porque não é bom estar só: “Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro: mas ai do que pois, caindo, não haverá quem o levante” (Ec 4.10).
Quando tratamos da necessidade de se viver em comunidade, não estamos ignorando a necessidade de afastarmos periodicamente para reflexão, meditação, autoanálise e principalmente dialogar com Deus. Josh Billings (1818-1885) o humorista norte americano expressa bem essa visão ao escrever: “solidão: um lugar bom de visitar uma vez ou outra, mas ruim para adotar como morada”. Sim. Estabelecer morada com a solidão vai contra a própria natureza. Fomos criados a imagem e semelhança de Deus. Um Deus essencialmente comunitário.
Muitos ainda não entenderam a importância da comunidade para o autoconhecimento, a morte do egoísmo, o antibiótico contra algumas doenças da alma, a sinergia para ações mais concretas e efetivas aos necessitados e especialmente a alavanca para o crescimento integral, se essa comunidade tem Deus como eixo norteador. Na comunidade a força do todo é bem maior que a força de cada um em separado. Como diz o provérbio: “a união faz a força”. Eu diria a união com as motivações corretas, para o bem do próximo e a honra de Deus faz proezas.
Ainda que concorde com o escritor Japonês Soseki Natsume (1867-1916) quando escreve: “A solidão é o preço que temos de pagar por termos nascido neste período moderno, tão cheio de liberdade, de independência e do nosso próprio egoísmo”, entendo que esta não é a única opção de vida. Deus bondosamente levanta homens e mulheres com os quais podemos trilhar juntos a jornada da existência. Deus nos dá uma família consangüínea a qual devemos preservar assim como se cuida de uma delicada planta ornamental, mas também nos dá uma família da fé a qual devemos dar igual valor.
Pense nisso. O quanto você se esforça para viver comunitariamente? O quanto você valoriza reuniões comunitárias que de fato promovam o bem? O quanto você se esforça para participar de uma igreja, onde mais do que assistir a reunião você é um participante ativo e assíduo, tornando-se alguém que soma esforços para a saúde emocional, espiritual e relacional do grupo?
Como iniciamos, terminamos. Se andamos em Deus teremos prazer em viver em comunidade. Ainda que não seja uma relação fácil é extremamente salutar e benéfica.
Capelão Rev. Heliel G. Carvalho – heliel.carvalho@unievangelica.edu.br

Thursday, June 02, 2011

Manifesto em favor da liberdade de consciência e de expressão

Ontem tive o privilégio de estar com uma equipe de Líderes evangélicos, como o Dr. Carlos Hassel Mendes, Augustus Nicodemos, Euler Bahia, dentre outros, no congresso para a entrega do manifesto abaixo. Fiquei feliz de ver como Deus tem levantado um povo com coragem e ousadia para enfrentar o tsuname infernal que tem se levantado contra a família brasileira.
Confira...

Manifesto em favor da liberdade de consciência e de expressão

Não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-lo! [Voltaire]


Tendo em vista a tramitação no Senado Federal do Projeto de Lei da Câmara nº 122/2006 (Projeto de Lei nº 5003/2001), que criminaliza toda e qualquer manifestação contrária à orientação sexual da homossexualidade,

Entendemos que:
• vivemos numa sociedade multicultural e plural em que a liberdade é um dos principais pilares de sustentação;
• a liberdade só é possível se houver a concretização da liberdade de consciência e de expressão;
• a liberdade de consciência tem a ver com o que cada indivíduo crê interiormente, enquanto que a liberdade de expressão é a manifestação externa dessas crenças;
• o Artigo 5º da Constituição, em seu caput, afirma que todos são iguais perante a lei, sem distinção de quaisquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade;
• neste mesmo artigo, ao tratar dos direitos e garantias fundamentais, a mesma Constituição afirma que (IV) é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; e que (VI) é inviolável a liberdade de consciência e de crença ...
• a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 expressa em seu Artigo 18 que todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião ... e no Artigo 19 que toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras;
• se todos são iguais, todos, sem distinção, podem expressar privada e publicamente suas ideias, pensamentos e crenças, declarando o que acreditam e os motivos pelos quais acreditam de determinada forma e não de outra, desde que os direitos dos outros sejam respeitados;
• não deve haver discriminação contra qualquer pessoa e suas escolhas individuais;
• o próprio texto do projeto original do PLC 122/2006 (nº 5.003/2001) salienta que a orientação sexual é direito personalíssimo, atributo inerente e inegável à pessoa humana ... Trata-se de respeitar as diferenças e assegurar a todos o direito de cidadania ... Nossa principal função como parlamentares é assegurar direitos, independente de nossas escolhas ou valores pessoais. Temos que discutir e assegurar direitos humanos sem hierarquizá-los. [grifo nosso]

Neste sentido, declaramos que:

• o referido Projeto de Lei da Câmara 122/2006, ao tornar crime manifestações contrárias à homossexualidade, incita à discriminação ao promover a censura da consciência e da expressão, promove a violência defendendo a liberdade para uns e suprimindo a liberdade para outros, desprezando o que é conhecido no Direito como “princípio do contraditório e da ampla defesa” [audiatur et altera pars - “ouça-se também a outra parte”] que é a liberdade de análise e posicionamento contrário às expressões ou manifestações de outras pessoas em qualquer área da vida;

• na democracia a liberdade que se expressa por intermédio dos valores individuais e mesmo de segmentos da sociedade não pode privilegiar o direito de liberdade de consciência e de expressão de uns em detrimento ao direito de outros;

• não é possível concordar com qualquer lei que maximize direitos a um determinado grupo de cidadãos e, ao mesmo tempo, minimize, atrofie e faleça direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna da Nação e pela Declaração Universal de Direitos Humanos.

Sendo assim,

MANIFESTAMOS nossa posição contrária a qualquer forma de violência e discriminação contra o ser humano, afirmando, por um lado, o respeito devido a todas as pessoas independentemente de suas escolhas sexuais, e, por outro, afirmando o direito da livre consciência e expressão de cada pessoa;

CONCLAMAMOS os representantes do povo no Congresso Nacional que se posicionem a favor da ampla liberdade de consciência e expressão de todos, sem distinção e discriminação, rejeitando qualquer dispositivo que promova a censura e amordacem a liberdade e o direito individual de consciência e livre expressão; e,

CONCLAMAMOS as demais instâncias da República, cidadãos e líderes de instituições sociais, que se unam em defender o respeito à pessoa e a garantia dos direitos individuais, preservando a liberdade de consciência e de expressão de cada um e de todos, sem que se privilegie qualquer segmento de nossa sociedade, o que ameaça a democracia, patrimônio de todos.

ABIEE - Associação Brasileira de Instituições Educacionais Evangélicas – www.abiee.org.br
Presidente: Carlos Hassel Mendes

Demais signatários
Entidades:
ABLIRC - Associação Brasileira de Liberdade Religiosa e Cidadania
Presidente: Samuel Gomes Luz

ACSI - Associação Internacional de Escolas Cristãs
Presidente: Mauro Fernando Meister

A.E.E – Associação Educativa Evangélica
Presidente: Ernei de Oliveira Pina

AECEP- Associação das Escolas Cristãs de Educação por Princípios
Diretora: Adriana Helena Dias da Silva

ANEB- Associação Nacional de Escolas Batistas
Presidente: Valseni Pereira Braga

ANEP- Associação Nacional de Escolas Presbiterianas
Presidente: Didimo de Freitas

COGEIME- Conselho Geral das Instituições Metodistas de Ensino
Presidente: Paulo Roberto de Lima Bruhn
Diretor Superintendente: Márcio de Moraes


Igrejas:
Convenção das Igrejas Evangélicas Holiness do Brasil
Presidente da Diretoria: Pr. Luiz Takeshi Hashimoto

Igreja Anglicana, da Diocese de Recife
Dom Robinson Cavalcanti

Igrejas Batistas
Convenção Batista Brasileira
Presidente: Pr. Paschoal Piragine Júnior
Diretor Executivo: Pr. Sócrates Oliveira de Souza

Igreja do Exército de Salvação
Comissário Oscar Percy Sánchez Mc Clinton

Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Presidente da Igreja: Pr. Egon Koperek

Igreja Metodista
Presidente do Colégio Episcopal: Bispo João Carlos Lopes

Igreja Metodista Livre
Presidente da Igreja: Bispo José Ildo Mello

Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil
Presidente da Assembléia Geral: Pr. Clodoaldo de Souza Caldas

Igreja Presbiteriana do Brasil
Presidente: Rev. Roberto Brasileiro Silva

Igreja Presbiteriana Independente do Brasil
Presidente da Igreja: Rev. Áureo Rodrigues de Oliveira

Igreja Adventista do Sétimo Dia
Divisão Sul Americana
Presidente: Pr. Erton C. Köhler

União Central Brasileira
Presidente: Pr. Domingos José de Souza

União Centro-Oeste Brasileira
Presidente: Pr. Helder Roger Cavalcanti

União Este Brasileira
Presidente: Pr. Maurício Pinto Lima

União Nordeste Brasileira
Presidente: Pr. Geovani Souto de Queiroz

União Noroeste Brasileira
Presidente: Pr. Gilmar Zahn

União Norte Brasileira
Presidente: Pr. Leonino Barbosa Santiago

União Sul Brasileira
Presidente: Pr. Marlington Souza Lopes

Friday, May 27, 2011

AMEM AO AMADO.

Amem ao Amado
Quero deixar com você alguns pensamentos maravilhosos da Palavra de Deus, sobre amar a Deus. Logicamente que “Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19).
Veja o que ocorre com quem ama a Deus. Estes:
1. São ricos em fé e herdeiros do seu reino. Deus é bom e nos escolheu por amor, não porque achou algo especial em nós, mas por Sua livre graça: “Ouçam, meus amados irmãos: não escolheu Deus os que são pobres aos olhos do mundo para serem ricos em fé e herdarem o Reino que ele prometeu aos que o amam?” (Tg 2.5). E por sermos amados de Deus ele nos enche de fé e nos enriquece em vida com Ele e ainda nos dará o seu reino se continuarmos amando-o;
2. Tem o que é mais preciso, lindo e excelente do universo - Jesus. “Todavia, como está escrito: "Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam" (1Cor 2.9). Será que o que Ele tem para nos acontecerá só na eternidade ou inicia-se aqui e prossegue até a eternidade?;
3. São cuidados pelo Senhor. Veja o que escreve o salmista: “O Senhor cuida de todos os que o amam, mas a todos os ímpios destruirá” (Sl 145.20). Que pesado não? Mas que benção, se o amamos, não?;
4. São mantidos por sua misericórdia. Ele é misericordioso: “Então eu disse: Senhor, Deus dos céus, Deus grande e temível, fiel à aliança e misericordioso com os que o amam e obedecem aos seus mandamentos” (Ne 1.5; Sl 119.132);
5. São cheios de alegria e júbilo. “Alegrem-se, porém, todos os que se refugiam em ti; cantem sempre de alegria! Estende sobre eles a tua proteção. Em ti exultem os que amam o teu nome” (Sl 5.11);
6. Tem a promessa que sua geração será abençoada. Se amamos a Deus de verdade até a nossa geração futura será profundamente abençoada: “Saibam, portanto, que o Senhor, o seu Deus, é Deus; ele é o Deus fiel, que mantém a aliança e a bondade por mil gerações daqueles que o amam e guardam os seus mandamentos” (Dt 7.9);
7. Perseveram em meio a muitas lutas. Amar ao Senhor implica em perseverar amando-o mesmo no meio das lutas da existencia: “Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam” (Tg 1.12);
8. Tem a tranquilidade de saber que todas as coisas cooperarão para o seu bem. Amar a Deus implica em ter uma tranquilidade abençoadora, pois se permanecemos nEle, sabemos que todas as coisas vão contribuir para o nosso bem: “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Rm 8.28);
9. Sabem que o Senhor nunca os abandonará. Perceba como Daniel se expressa diante do Senhr: “Orei ao Senhor, ao meu Deus, e confessei: "Ó Senhor, Deus grande e temível, que mantém a sua aliança de amor com todos aqueles que o amam e obedecem aos seus mandamentos” (Dn 9.4);
10. Regozijam-se Nele e se alegram com a sua salvação. “Mas regozijem-se e alegrem-se em ti todos os que te buscam; digam sempre aqueles que amam a tua salvação: "Grande é o Senhor!"” (Sl 40.16);
11. São amados por Deus e Deus se deixa encontrar por eles. “Amo os que me amam, e quem me procura me encontra” (Pv 8.17);
12. Amam a Palavra, tem paz e não vivem a tropeçar. “Os que amam a tua lei desfrutam paz, e nada há que os faça tropeçar” (Sl 119.165);
13. Alcançaram a graça constante do Senhor. “A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo com amor incorruptível” (Ef 6.24);
14. Odeiam o mal. “Odeiem o mal, vocês que amam o Senhor, pois ele protege a vida dos seus fiéis e os livra das mãos dos ímpios.” (Sl 97.10);
15. Foram alcançados por Deus de tal forma que amam a Jesus mesmo não o vendo: “Mesmo não o tendo visto, vocês o amam; e apesar de não o verem agora, crêem nele e exultam com alegria indizível e gloriosa,” (1Pd 1.8);
16. Tem um destino certo e vitorioso. “Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda” (2Tm 4.8);

Sabemos que amamos ao Senhor porque ele nos amor primeiro, contudo essa verdade não nos invalida de pedirmos a Deus graça para amá-los mais e mais. Aqueles que amam a Deus tem benefícios tremendos que são: Eles São ricos em fé e herdeiros do seu reino; Tem Jesus o bem mais preciso, lindo e excelente do universo; São cuidados pelo Senhor; São mantidos por sua misericórdia; São cheios de alegria e júbilo; Tem a promessa que sua geração será abençoada; tem de Deus forças para perseverar em meio a muitas lutas; Tem a tranquilidade de saber que todas as coisas cooperarão para o seu bem; Sabem que o Senhor nunca os abandonará; Assim, regozijam-se Nele e se alegram com a sua salvação; sabem que são amados por Deus e Deus se deixa encontrar por eles; Eles também amam a Palavra, tem paz e não vivem a tropeçar; Alcançaram a graça constante do Senhor; Odeiam o mal, pois foram alcançados por Deus de tal forma que amam a Jesus mesmo não vendo-o; Vivem tranquilos pois entendem que tem destino certo e vitorioso. Por isso, ou seja, por perceber tamanho glória que é amar a Deus e ver que alguns não o amam Paulo escreve: “Se alguém não ama o Senhor, seja anátema (maldito). Maranata!” (1Cor 16:22).
Deus te abençoe, hoje e sempre e te ajude a amá-lo mais e mais.

Friday, May 20, 2011

Últimas palavras sobre o PLC 122

Vivemos em um país democrático. Apesar dos mandos e desmandos do partido trabalhista no poder, não podemos sequer por um segundo comparar o Brasil com a China comunista (onde ainda hoje o acesso à internet é controlado), com a Cuba socialista (onde se prendem e matam dissidentes políticos), com países em que o islamismo é a religião dominante (onde gays e cristãos são assassinados com a conivência do governo e do povo). De modo geral, os brasileiros têm asseguradas suas liberdades fundamentais.

No entanto, há aqui uma perseguição não-violenta, que com raras exceções é informal, subjetiva e dispersa — uma perseguição que não vem com força de lei, mas é exercida de acordo com preferências pessoais, acentuadas segundo as circunstâncias. Não juntei à toa “gays e cristãos” no parágrafo acima: assim como são igualmente visados nos países muçulmanos, acredito que, no Brasil, ambos os grupos se assemelham no modo de perseguição sofrida. Chocante a ideia? Explico.

Nas universidades públicas, onde caminhões de literatura “libertária” anticristã são despejados há décadas, os perseguidos da vez são os cristãos, associados a um conservadorismo rançoso e a estreiteza mental. O estudante cristão precisa aguentar calado em sala de aula uma quantidade impressionante de bobagens sobre o cristianismo, quando não se depara com insultos diretos, tanto do professor quanto das obras que precisa ler. Deve cuidar para não sentir-se desmotivado ao ouvir, vezes sem conta, que o conteúdo das matérias que estuda “é incompatível com a fé cristã” ou que a abertura de espírito necessária à investigação científica é inversamente proporcional a sua lealdade religiosa. Se teima em proclamar o que crê em alto e bom som no ambiente universitário, ou se apenas decide integrar o cristianismo a seus horizontes como um dado a mais, o aluno é tolhido em seus trabalhos e vigiado em sua trajetória. Caso escolha a carreira acadêmica, se não for barrado pelos professores da bancas, será considerado pela maioria um outsider, indigno de apreciação intelectual verdadeira. E o mesmo banimento dos cristãos pode ser verificado na quase totalidade dos veículos de produção cultural do país.

E onde os gays são mais perseguidos? Não é na família em primeiro lugar: hoje, pai e mãe aceitam com cada vez mais naturalidade a “opção” dos filhos. Não é no ambiente escolar e acadêmico: professores gays que se assumem são até considerados mais divertidos. Em funções associadas a moda, beleza e artes em geral, o gay que sai do armário é recebido com palmas. Talvez o profissional encontre alguma dificuldade em meios que exigem maior sisudez, como o do direito. Mas creio que a discriminação mais pesada se dá nas vias públicas, nos ajuntamentos, onde se suscita muitas ocasiões para a perda das boas maneiras. Já presenciei uma espécie de bullying insistente sofrido por um homossexual bem feminino que caminhava pelas calçadas do centro de Niterói. As provocações duraram o trajeto de uma rua inteira e os machões que as proferiam se sentiam totalmente à vontade. Abomino esse tipo de coisa e não queria estar na pele dele/dela naquele momento. Quanto à violência, a história é outra: quem surra e mata homossexuais também surra e mata índios, mendigos, mulheres, estrangeiros ou qualquer outra pessoa em situação de vulnerabilidade. Estou falando de perseguidores, gente que até pode ser imbecil, mas que é normal; não de psicopatas.

Como na universidade tanto alunos como professores gostam de mostrar-se liberais (dá status), não há muita ocasião para manifestações contra gays. Pelo contrário: na Letras, por exemplo, há uma linha de estudos todinha dedicada a eles. (Não há, que eu conheça, uma linha de estudos que seja cristã.) Por outro lado, os cristãos não estão livres do bullying, nem em suas próprias famílias, nem entre amigos. Quando me converti, aguentei inúmeras piadas e expressões de desagrado. E também perdi amigos. Há quem tenha perdido o afeto de toda a família, sobretudo quando seus membros eram muito apegados a outras religiões. Sei que gays passam pelas mesmas tristezas. Nem sempre essa faceta difícil é revelada em público pelos crentes, pois preferimos falar de Jesus (o objeto de nossa fé) em vez de insistir em nossas desventuras (que são ínfimas se comparadas à alegria da salvação).

E aqui chego a meu ponto. Sim, somos perseguidos de modo semelhante. Mas há uma diferença, ou melhor, duas. A primeira é política: no Brasil de hoje, a simpatia generalizada pelo homossexualismo se tornou uma conquista prioritária para o governo. A midia e instituições de ensino (debaixo de um controle estatal grande demais para nossa condição de país democrático) têm refletido várias estratégias massivas para ganhar essa simpatia (a última delas foi o tal “kit gay”). Quanto aos cristãos, o normal e aceitável há muito tempo é a antipatia generalizada: falar mal de padres e pastores, inventar personagens “evangélicos” caricatos e histriônicos para as novelas, fazer piadas sobre o Deus da Bíblia, ridicularizar a fé, tudo isso é até “bonito” aos olhos dos formadores de opinião. Assim, podemos afirmar que os dois grupos estão em condições bastante desiguais: as consequências da perseguição anticristã são mais graves, pois não temos o governo como parceiros no fomento de uma imagem mais aceitável — e nem queremos: do governo, só esperamos que trate a todos com verdadeira igualdade, sem favorecimentos injustos (nem “kit gay”, nem “kit crente”: ao governo não cabe doutrinar nossas crianças, e um governo laico não deve impor uma religião disfarçada, como nos tempos do paganismo).

A segunda diferença é mais profunda, psicológica e espiritual: como se reage à perseguição? Se são fiéis às orientações de Jesus, os cristãos oram por seus perseguidores e os tratam com bondade, de acordo com Mateus 5.24. Já os gays se juntam em lobby para instaurar leis opressivas contra quem os persegue. Sei que pareço cometer uma injustiça quando generalizo, usando o termo “os gays”. Mas me pergunto: onde estão os homossexuais que não querem seus nomes associados a coações jurídicas? Onde estão seus blogs, suas petições, suas passeatas? Peço a vocês, homossexuais que não concordam com nada disso: levantem-se e clamem, por favor, antes que, caso aprovem o PLC 122, seja fomentada no país uma verdadeira cultura da imposição gay. A pecha de “autoritário”, em nossos dias, não é nada agradável. Vocês realmente acham que a opinião pública ficará a seu favor quando começarem a punir indiscriminadamente, subjetivamente, os ofensores “homofóbicos”? (E se puníssemos os “cristofóbicos” da universidade, como seria?) Por que não estimulam que se reaja com mais nobreza aos ataques não-violentos? (Contra os ataques violentos já existe lei.) Se vocês não são religiosos, precisam concordar, pelo menos, que o exemplo de Jesus é inspirador.

Quanto aos cristãos, há décadas ninguém dá a mínima por eles. Continuaremos sofrendo zombarias, desprezo, ameaças. O que faremos? Elaboraremos leis para calar à força e mandar para a prisão quem nos persegue? Não, de modo algum. Que Jesus nos ajude a cumprir a vontade do Senhor: “Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus.”

Norma Braga
http://normabraga.blogspot.com/2011/05/ultimas-palavras-sobre-o-plc-122.html