Monday, February 11, 2008

O filtro e laboratório da vida privada e social I

Nada pode parar um homem com atitude mental correta de alcançar seu alvo; nada na terra pode ajudar o homem com atitude mental errada. Thomas Jefferson

Tenho pensa do nos problemas que afligem nossa geração. Aqueles que têm ceifado de forma devastadora, porém paulatina e lentamente inúmeras vidas dos mais diferentes níveis sociais, econômicos e espirituais e das mais diferentes formas possíveis.
Analisando da perspectiva humana, dentre tantas questões que poderíamos levantar percebo que, a raiz do problema está na ausência do uso da razão. Pensadores exímios já escreveram sobre o tema. Francis Schaeffer intitulou seu livro como: “A morte da razão”; John Stott: “crer é também pensar”, Gordon Macdonald trata da questão em um capítulo do livro: “ponha em ordem seu mundo interior”, para citar somente três deles. E o problema atual reside aqui. Ele atinge a mente, que é exatamente o filtro e ao mesmo tempo o laboratório por onde passam e de onde surgem as melhores idéias que conduzirão nossa vida, privada e social, ou os piores pensamentos que esmagarão sonhos e histórias, assim como as enormes e pesadas pedras de moinho trituram o pobre grão de milho.
De fato, a arte de pensar está morta ou envenenada, ou ainda entorpecida e no mínimo, bastante distorcida. Afinal ela não precisa estar morta, se somente tiver uma pequeno desvio em seu princípio, a semelhança de um lançamento de um foguete, terá seu trágico resultado ao chegar, e se chegar, no destino. E nesse quesito sofrem de forma mais intensa a juventude que nasceu numa era tresloucada. E se nossa geração não aprender a ler bons livros, conversar com pessoas inteligentes, refletir sobre a vida ou viajar para conhecer outras culturas e povos, não terão capacidade de ponderar sobre nossa realidade. E sem diagnóstico não há tratamento correto.
Assim, tento levantar alguns pontos para começarmos a pensar nos fatores que trouxeram-nos até aqui e nos faz permanecer onde estamos:
1o O misticismo característico de nossa era. É simples de se ver. Passe em qualquer livraria e perceba a quantidade de livros, revistas e objetos dedicados ao misticismo: anjos, gnomos, amuletos, dicas de astrólogos, entre outros. Para efeito de análise, perceba também no âmbito mundial que foram nos países protestantes, onde se condenava tal misticismo, e não nas terras não cristãs onde mais a mente (ciência como tal) se desenvolveu. A Europa em oposição ao Egito, Índia e América do norte em oposição ao Iraque, Afeganistão, china, etc. A lógica permanece: porque raciocinar se o mundo está enfeitiçado ou no mínimo determinado por tais deuses? Se a lua controla e dita meu destino?
2o A pornografia. A sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento, diz-nos a Bíblia (Os 4.11). As bancas de jornal, juntamente com as locadoras de filmes e ainda algumas entradas de cinema, via de regra, são verdadeiros prostíbulos virtuais colocados e esparramados como uma praga por todos os cantos de nossa cidade. Em São Paulo, por exemplo, ao usar um orelhão, você tem inúmeras opções de telefones expostos em etiquetas para contatar tanto homens como mulheres se oferecendo para a prostituição. Sem contar ainda que vivemos no país mais sensual do planeta, até nas igrejas, as vezes é complicado para as pessoas se concentrarem em Deus na adoração, visto que os “adoradores” se vestem para atraírem a atenção a si. Seria impossível imaginar tais situação num país muçulmano. Como pensar e agir sensatamente se tudo me leva conduz a sensualidade extrema que mata meu raciocínio?
3o A televisão. Esta juntamente com seus adereços: DVD, Vídeo Game, matam a imaginação e suga a racionalidade, além, de ditar padrões absurdos, formar valores, distorcer raciocínios e a anular a possibilidade de manter a atenção concentrada por mais que alguns poucos minutos. Uma coisa é ouvir uma música e imaginar situações e lugares a partir da letra e melodia, outra bem diferente e ouvir a mesma música depois de assistir o clipe, ou seja, você se lembrará do que viu. Onde está a criatividade? A imaginação? E se falarmos dos jogos que na maioria das vezes tratam de morte, violência, luta, guerras? E as novelas que induzem seus seguidores virtuais a torcerem pelo pilantra, pela vadia, pela traição, desde que seja o personagem principal? A maior arma do diabo é não deixar que pensemos por nos mesmos iluminados pelo Espírito Santo.
4o A quantidade de informações superficiais e inúteis. A maior dificuldade hoje não é necessariamente levar o povo a ler, as pesquisas dizem que os brasileiros estão lendo mais, a dificuldade, é conduzi-los a boas leituras. A. W. Tozer recomenda: “não procure saber coisas que não lhe sejam úteis”. Engraçado as revistas que mais vendem são as de fuxico. Eu não entendo. Qual a utilidade de saber da vida dos artistas e “famosos”? Que proveito terei em saber quem está com quem? Qual tipo de casa mora ou que roupa veste? Quem irá para o paredão do BBB? Querido, por amor a Deus e a você mesmo, cuide de seu tempo com leituras mais preciosas, a vida é curta para viver na insensatez e longa o suficiente para vivê-la sabiamente. Tozer, continua a nos instruir: “leia menos, mas leia mais daquilo que é importante para a sua vida interior. Jamais permita que a sua mente fique dispersa por muito tempo. Chame para casa os pensamentos errantes.”
5o A pregação da igreja virtual. Vida de regra esta apresenta um Deus de magia e não de milagres. Com um culto antropocêntrico ao invés de cristocentrico. Um Deus preocupado com unhas encravadas e não com os grandes problemas da humanidade. Um Deus que veio para nos deixar satisfeitos, se é que é possível e para dar tudo o que queremos. Um Deus que não exige submissão, muito menos adoração. Uma religião de templo que não permeia a fábrica, escola e o lar. Uma religião do corpo e do aqui e agora e não da interioridade e do Novo céu e nova terra. Um Deus sem ira. Com disse Richard Niebuhr: “um Deus sem ira trouxe homens sem pecado a um reino sem juízo, por meio das ministrações de um Cristo sem cruz”.
Poderíamos pensar em outros aspectos como: a música, os lares destroçados, professores desestimulados, as amizades complicadas e outros fatores que nos afastam de uma racionalidade sadia, mas deixemos para um próximo artigo. Até aqui o que pretendemos é que no mínimo o diagnóstico nos leva a perceber o quanto estamos engendrados num sistema terrível que nos conduz a morte da razão. Lutemos arduamente para sair desse cemitério que já cheira a mal. Como brada o profeta inspirado pelo Espírito: “Desperta, o tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará” (Ef 5.14).

Este artigo será publicado no Site Guiame.
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