Thursday, May 10, 2012

DIA DO TRABALHADOR 1

 Maio/2012 – no 063


“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”, disse Jesus (João 5.17).

Segundo alguns historiadores, uma das primeiras manifestações destes aconteceu nas ruas de Chicago, Estados Unidos da América, em 1886. O objetivo era, dentre tantos outros, reduzir a jornada de trabalho para 8 horas diárias. Nesse período chegava-se a trabalhar até 16 horas por dia. Em 1919, o senado francês ratificou a jornada de 8 horas e o dia 1º de maio como feriado. Desde 1895 se comemora essa data no Brasil, contudo somente em 1925, o dia foi oficializado como feriado nacional pelo presidente Arthur da Silva Bernardes (1875-1955), contudo a maioria dos direitos trabalhistas que temos hoje - como salário mínimo, carteira de trabalho, jornada de 8 horas, férias remuneradas, descanso semanal e previdência social, dentre outras, aconteceu na Era Vargas (1930-1945), do Presidente Getúlio Dorneles Vargas (1882-1954). Deixando o aspecto histórico mundial e brasileiro em particular, voltemos ao embasamento judaico cristão do trabalho. Qual a visão cristã do trabalho?

Em primeiro lugar, a declaração bíblica é de um Deus trabalhador. O primeiro versículo da Bíblia começa com a declaração: “no princípio criou Deus” (Gn 1.1). Ele criou, não só o planeta terra, mas também o universo. Sua criação é fruto de sua criatividade, trabalho intelectual, que advém de Sua imaginação seguida de projeto e ação. Eis o embasamento para todo tipo de trabalho como digno, desde o manusear a ferramenta até a arte do projetista.

A segunda comprovação da ação de Deus como uma divindade que trabalha é a vida de Seu Filho encarnado, Jesus de Nazaré. Em certa ocasião perguntaram sobre Jesus: “não é este o carpinteiro?” (Mc 6.3). A pergunta revela não somente a profissão de Jesus, mas mostra um ofício muito comum para uma divindade, ou seja, um carpinteiro. Profissão que não tinha muita conexão com a religiosidade da época. Aprendemos aqui sobre a dignidade de todo trabalho digno, independente de sua remuneração e abrangência. E o trabalho divino é mais uma vez manifestado quando o mestre de Nazaré diz: “Meu Pai [referindo-se a Deus] trabalha até agora, e eu [Jesus] trabalho também” (Jo 5.17).

Ao olhar para a agenda de Jesus, ficamos assustamos por perceber sua intensa atividade diária, muitas das vezes tendo de usar a alta madrugada para a comunhão com Deus. E a completude de sua obra é descrita por Isaías como o mais árduo trabalho: Conceder perdão e declarar justos os que não o são. Essa conquista envolve e ultrapassa o tempo e o espaço e é digna de grande recompensa: “Ele [Jesus] verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si” (53.11).

O Espírito Santo é apresentado também, como alguém trabalhando de diversas formas: convencendo o “mundo do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16.8). Renovando a terra: “Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra” (Sl 104.30). Como pedagogo: “o Espírito Santo ... esse vos ensinará todas as coisas” (Jo 14.26), dentre outras.

Se não bastassem tais informações, Jesus disse que na sua segunda vinda servirá aos seus: “o senhor, quando vier ... há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá” (Dr. Lucas 12.37). Essa verdade condiz com o que fora dito pelo profeta Isaías (700 a.C): “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera” (Is 64.4). Não é maravilhoso experimentar essa verdade? Você já pensou que se você confia em Deus, pode descansar tranquilo enquanto Ele faz o que você não pode fazer? Pois “aos seus amados dá enquanto dormem” (Sl 127.2).

O mais impressionante de tudo é saber que Deus Pai, Filho e Espírito Santo trabalham e o faz para homens e mulheres como nós. Tão impressionante quanto o seu labor é saber que Deus descansa. Não deveríamos aprender esse ciclo saudável e tão abençoador com Ele? Que aprendamos levando em conta o Eterno! Que aprendemos a descansar sabendo que Ele trabalha por nós!

Rev. Heliel G. Carvalho – heliel.carvalho@unievangelica.edu.br

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